O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou a manutenção da escolta da deputada federal Talíria Petrone (PSol-RJ), líder do PSol na Casa, de maneira “cautelar”. O parlamentar havia cancelado a escolta da parlamentar na última segunda-feira (8/12).
Segundo a presidência da Câmara, a guarda da deputada foi suspensa com base em parecer técnico do Departamento de Polícia Legislativa Federal, emitido em 4 de dezembro, após consulta à Polícia Civil e ao Ministério Público do Rio de Janeiro, bem como à Polícia Federal.
As Forças constataram não haver mais ameaças recorrentes, nem riscos à integridade física da parlamentar que justificassem a necessidade de escolta.
Diante do pedido de reconsideração apresentado pela deputada, o tema será reavaliado, à luz dos precedentes da Câmara e de novas informações fornecidas pela parlamentar.
Em virtude disso, Motta determinou a manutenção da escolta até uma decisão definitiva sobre o pedido da deputada.
Líder do PSol acusou Motta de retaliação
De acordo com a deputada, a medida teria sido tomada sem aviso prévio e não levou em conta os riscos à integridade da parlamentar, que é alvo de ameaças constantes.
“A decisão de Motta ocorreu de forma unilateral, subestimando os riscos para a integridade da parlamentar e de seus dois filhos, e vem no dia seguinte a uma derrota de Motta após articulação de Talíria como líder de bancada para salvar o deputado Glauber Braga (PSol/RJ) da cassação que foi votada em plenário e de enfrentar contundentemente o PL da Anistia para os golpistas de 08 de janeiro”, aponta Talíria em nota.
Segundo a parlamentar, a atitude de Motta teria sido uma retaliação depois que a deputada intensificou críticas ao presidente da Câmara ao longo da semana. A parlamentar teria dito que Motta não reunia mais condições para presidir a Casa.
Talíria também foi uma das articuladoras que trabalhou para que o plenário negasse a cassação do deputado Glauber Braga (PSol-RJ), além de ter criticado a votação do projeto de lei que reduz as penas de condenados pelos atos de 8 de Janeiro, batizado de PL da Dosimetria e aprovado pela Câmara.
Os dois episódios aconteceram entre terça-feira (9/12) e quarta-feira (10/12), depois de um dia de muita tensão na Câmara.
A decisão do presidente da Casa, porém, foi formalizada na última segunda-feira (8/12), antes dos acontecimentos citados por Talíria.
