O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta sexta-feira (19/12) que mantém uma relação de respeito e amizade com o ex-chefe da Casa Arthur Lira (PP-AL), mesmo depois de ser alvo de duras críticas do alagoano. Motta declarou que não concorda não concordar com as avaliações a seu respeito. Para ele, “cada um tem sua forma de agir”.
“Eu não concordo com as críticas. Eu também não sei se foi tirado de contexto o que ele disse. Essa coisa foi uma leitura muito mais feita por quem viu lá as mensagens”, iniciou.
E completou: “Eu entendo que é certo, natural, que haja discordância, cada um tem o seu estilo, cada um tem a sua forma de agir, cada um tem a sua forma de se comportar, cada um tem a sua maneira de tomar decisão e da mesma forma que eu discordo de alguém, eu também acho natural que discordem e não tenham esse problema e mantêm essa relação de amizade e respeito com o deputado Arthur”, declarou em café com jornalistas nesta sexta.
A reclamação de Lira se deu após a aprovação da suspensão do mandato do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ), desafeto pessoal do ex-presidente da Câmara. O parlamentar relembrou que o Psol já entrou com uma representação contra Motta, e reforçou que ele foi derrotado pela esquerda.
Lira disse, em mensagens enviadas em um grupo de WhatsApp da liderança, que a Casa está desorganizada e classificou a ação de Motta como uma “esculhambação”.
O plenário votou por aplicar uma punição a Braga por seis meses, em vez de cassar o mandato e restringir os direitos políticos. A emenda foi apresentada pelo partido e garantido por 318 votos.
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O processo afirma que Glauber quebrou o decoro parlamentar ao expulsar da Câmara, a chutes, o militante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro, em abril de 2024. O psolista justificou que Costenaro teria ofendido sua mãe, Saudade Braga, já falecida e ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ).
Votação da reforma do Imposto de renda na Câmara
KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
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Arthur Lira (PP) com o atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos)
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Hugo Motta foi eleito presidente da Câmara no dia 1º de fevereiro
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Dia da votação teve ocupação da Mesa e tumulto
No dia em que Motta pautou em plenário para decidir se seria cassado ou não, Glauber sentou na cadeira da Mesa Diretora e foi tirado à força pela Polícia Legislativa. O deputado agiu com resistência, teve seu terno rasgado e machucou o ombro.
O presidente disse que não se arrependeu do episódio de violência, e que qualquer um será punido caso se sente à cadeira do presidente.
“Cadeira do presidente não pode ser ocupada da maneira que foi. Então da mesma forma que a gente agiu, nós vamos agir com quem quer que seja que haja dessa forma”, disse Motta.
Colaboraram: Maria Laura Giuliani e Augusto Tenório
