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    “Motta sai, Glauber fica”: protesto ocupa Câmara um dia após confusão

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    Diversos manifestantes ocuparam, na tarde desta quarta-feira (10/12), o Anexo 2 da Câmara dos Deputados em apoio ao deputado Glauber Braga (PSol-RJ), um dia depois de o parlamentar ter sido retirado à força do plenário por agentes da Polícia Legislativa. Com bandeiras e cartazes estampando a hashtag #GlauberFica, o grupo ecoou palavras de ordem como “Motta sai, Glauber fica”, em referência ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Veja vídeo:

    

     

    A mobilização ocorre na véspera da sessão que deve decidir o futuro político do psolista. Motta pautou para esta quarta-feira a votação da cassação dos mandatos de Glauber e da deputada Carla Zambelli (PL-SP). O caso de Alexandre Ramagem (PL-RJ) deve ser analisado na próxima semana.

    Glauber retirado do plenário

    A tensão na Câmara ganhou novo capítulo na terça-feira (9/12), quando Glauber ocupou a cadeira da presidência da Mesa Diretora em protesto contra a inclusão de sua cassação na pauta. O ato ocorreu momentos antes da sessão que votaria o PL da Dosimetria — projeto que reduz penas de Jair Bolsonaro e de outros condenados pela tentativa de golpe.

    Imagens feitas de dentro do plenário mostram agentes legislativos retirando Glauber à força, enquanto parlamentares protestavam e outros gravavam a cena. Antes da ação, jornalistas foram expulsos do plenário e a transmissão da TV Câmara chegou a ser interrompida por ordem da Mesa.

    
    “O objetivo deles é me calar. Mas eu falarei. Vou utilizar cada minuto do tempo programado para a minha defesa”, afirmou Glauber nesta quarta, em publicação nas redes sociais.

    Na noite anterior, após ser retirado do plenário, ele declarou que havia pedido apenas “1% do tratamento” que, segundo ele, Hugo Motta teria dado a deputados bolsonaristas que ocuparam o plenário em agosto para protestar contra a prisão domiciliar de Bolsonaro.

    Glauber responde por quebra de decoro parlamentar. Em abril de 2024, o deputado expulsou com chutes o militante Gabriel Costenaro, do Movimento Brasil Livre (MBL), dentro da Câmara — episódio que originou o processo disciplinar.

    A votação da cassação está marcada para as 15h55. Se perder o mandato, o psolista fica inelegível por oito anos. Manifestantes e aliados prometem permanecer na Câmara até a conclusão da sessão.