Em busca de novas tecnologias mais avançadas para a exploração espacial, a Nasa anunciou no final de novembro a conclusão da montagem do Telescópio Nancy Grace Roman. Para terminar o projeto, foram adicionadas as principais partes da estrutura: o instrumento de Campo Amplo (WFI) e o instrumento coronógrafo (CGI).
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Baseado na tecnologia infravermelha, a expectativa é que o telescópio se torne o mais “revelador” entre todos equipamentos ópticos ativos atualmente e tomará conta das principais descobertas espaciais do mundo.
Os principais objetivos dele serão investigar a energia escura do Universo, identificar mais exoplanetas — e, quem sabe, até fazer um “censo” de todos eles –, e detectar buracos negros primordiais, além passar um “pente fino” no espaço em busca de planetas semelhantes à Terra e com potencial de serem habitáveis. Os pesquisadores buscam saber se estamos ou não sozinhos no Universo.
“Com a construção da Roman concluída, estamos à beira de descobertas científicas inimagináveis. Nos primeiros cinco anos da missão, espera-se que sejam revelados mais de 100 mil mundos distantes, centenas de milhões de estrelas e bilhões de galáxias. Podemos aprender uma quantidade enorme de novas informações sobre o universo muito rapidamente após o lançamento”, exalta a cientista sênior do projeto Roman na Nasa, Julie McEnery, em comunicado.
Após a conclusão, o telescópio passará por testes rigorosos e, caso seja aprovado, será levado ao Centro Espacial Kennedy, na Flórida, onde será lançado ao espaço. A expectativa é que ele viaje em maio de 2027 com a ajuda do foguete Falcon Heavy da SpaceX. No entanto, os cientistas tentam antecipar o voo para o final de 2026.
Como funciona o novo telescópio
O grande diferencial do novo telescópio está em seus dois instrumentos principais. O WFI é uma câmera extremamente detalhista, com 288 megapixels. Para se ter uma ideia, em comparação ao Telescópio Espacial Hubble, o Roman tem uma visão 100 vezes maior e permitirá um estudo mais aprofundado de mistérios espaciais, como a energia escura.
Já o CGI será essencial para a detecção de novos exoplanetas. O novo coronógrafo bloqueia a luz das estrelas, permitindo a visualização de mais exoplanetas e discos de formação de exoplanetas. Atualmente, o brilho estelar bloqueia a visão dos cientistas na busca de novos planetas e a tecnologia inovadora foi desenvolvida justamente para resolver o problema.
Outro atributo importante é sua autonomia: ao contrário de outros telescópios infravermelhos, o Roman não depende de fluidos para manter a própria temperatura baixa, evitando problemas de falta de refrigeração, por exemplo.
Inicialmente, a expectativa é que a missão do telescópio dure cinco anos, podendo ser prorrogada para mais cinco. Estima-se a geração de 20 mil terabytes de dados durante o período inicial no espaço.
“Com o Roman funcionando como um observatório completo, estamos um passo mais perto de entender o universo como nunca antes. Não poderia estar mais orgulhosa das equipes que nos trouxeram até aqui”, aponta a administradora da Diretoria de Missões Científicas da Nasa, Nicky Fox.
