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Neurologista alerta para sintomas leves que podem surgir antes do AVC

Neurologista alerta para sintomas leves que podem surgir antes do AVC

O acidente vascular cerebral (AVC), uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil e no mundo, ocorre quando o fluxo de sangue para uma região do cérebro é interrompido por entupimento de artéria ou por sangramento. A falta de oxigênio compromete neurônios e pode afetar funções como fala, visão e movimento.

Apesar de muitos casos surgirem com sinais evidentes, alguns pacientes apresentam alterações discretas que podem passar despercebidas. Mesmo quando duram pouco, essas mudanças podem indicar que alguma região do cérebro começou a sofrer com a redução do fluxo sanguíneo.

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Sintomas leves do AVC que não devem ser ignorados

Alguns sinais surgem de forma tão rápida que muitas pessoas não as reconhecem como sinais neurológicos. Especialistas ouvidos pelo Metrópoles listaram os principais sintomas que merecem atenção:

O neurologista e neuroimunologista Thiago Taya, do Hospital Brasília Águas Claras, da Rede Américas, explica que os sintomas podem desaparecer rapidamente e dar a impressão de que não representam risco. Porém, qualquer alteração neurológica súbita deve ser tratada como emergência.

“Se o sintoma aparece e some rapidamente, existe a falsa sensação de que está tudo bem. Mas esse é exatamente o tipo de situação que pode anteceder um AVC nas semanas seguintes, especialmente quando há fatores cardiovasculares não controlados”, afirma Taya.

Segundo ele, muitos desses quadros podem representar um ataque isquêmico transitório (AIT) — uma interrupção temporária do fluxo de sangue para o cérebro que provoca sintomas semelhantes aos de um AVC, mas que desaparecem em poucos minutos.

Taya reforça que o AIT funciona como um importante sinal de alerta, pois indica que a circulação cerebral já está comprometida e que o risco de um AVC definitivo aumenta significativamente nos dias ou semanas seguintes.

As áreas mais atingidas variam conforme o vaso comprometido, mas algumas regiões são mais vulneráveis. Por isso, perda de força em um lado do corpo, dificuldade para falar e assimetria facial aparecem com muita frequência.

Além disso, mudanças na pele do rosto, como boca torta e dificuldade para movimentar um dos lados, muitas vezes são percebidas primeiro pelos familiares do que pelo paciente.

Fatores de risco para o desenvolvimento do AVC

De acordo com o neurologista Alexandre Bossoni, do Hospital Santa Paula, em São Paulo, os fatores que favorecem sintomas leves são exatamente os mesmos que aumentam a chance de um AVC típico.

“Idade, sedentarismo, tabagismo, pressão alta, obesidade, colesterol alto e diabetes não tratada são alguns fatores de risco. O mais importante é realmente cuidar da saúde para evitar esses fatores”, aconselha Bossoni.

Em alguns pacientes, obstruções pequenas em artérias finas geram quadros mais brandos, que duram pouco e passam sozinhos. Mas essa aparência “leve” não diminui a gravidade, já que até lesões pequenas podem deixar sequelas e, principalmente, sinalizar risco de um episódio mais sério.

Mulher jovem apoiada na parede com mão na cabeça - AVC pode começar com sintomas leves. Saiba quais sinais exigem atenção - MetrópolesO AVC pode surgir de forma súbita e provocar alterações na fala, visão e força muscular, mesmo em quadros considerados leves

O que fazer ao notar sintomas leves de AVC?

Diante de qualquer suspeita, o ideal é buscar emergência imediatamente. Avaliações rápidas podem identificar obstruções e definir se há indicação de trombólise ou trombectomia.

Para facilitar o reconhecimento, o método BE FAST orienta observar equilíbrio, visão, simetria facial, força nos braços e fala. Como o tempo influencia na preservação das funções cerebrais, a recomendação é procurar ajuda assim que o primeiro sinal surgir.

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