Em um momento de forte valorização para os metais preciosos, considerados ativos financeiros de alta liquidez e verdadeiros “portos seguros” para o mercado global em períodos de incerteza e instabilidade, a prata voltou a bater seu recorde histórico, nesta sexta-feira (26/12).
A prata ultrapassou, pela primeira vez, a marca de US$ 75 a onça (o equivalente a R$ 415, pela cotação atual), consolidando a trajetória de forte valorização dos últimos dias, com recordes sucessivos.
Por volta das 10h50 (pelo horário de Brasília), a prata avançava 3,53% e era negociada a US$ 74,21 (cerca de R$ 410,70).
Ouro também avança
Além da prata, outros metais preciosos como o ouro e a platina também operavam em alta e renovavam seus recordes históricos.
Também por volta das 10h50, o ouro subia mais de 1%, cotado a US$ 4.552 (R$ 25,1 mil) por onça-troy, de acordo com dados da divisão de metais da Bolsa de Valores de Nova York, nos Estados Unidos.
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Como mostrou o Metrópoles, o ouro caminha para encerrar 2025 com a maior valorização registrada em quase 50 anos, desde 1979.
No acumulado de 2025 até aqui, os contratos futuros do ouro negociados em Nova York avançam mais de 70%.
O que explica a alta de ouro e prata
Segundo analistas do mercado, a trajetória ascendente da cotação do ouro e da prata continua se devendo, em grande parte, à busca dos investidores por ativos mais seguros em meio às incertezas fiscais nos EUA e diante de um mercado de ações superaquecido.
O mundo passa por uma fase turbulenta na geopolítica, com a guerra entre Rússia e Ucrânia (que se desenrola há quase quatro anos), a escalada na tensão entre EUA e Venezuela e recentes confrontos entre Israel e Irã. Historicamente, em períodos de incerteza e instabilidade, ativos mais seguros ganham força.
A alta dos metais preciosos foi alavancada pelo chamado “comércio da desvalorização”, com investidores procurando segurança em ativos como bitcoin e criptomoedas em geral, ouro e prata, em um movimento de claro afastamento das principais moedas.
Além disso, investidores se animaram com o início do ciclo de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano).
No início de dezembro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) da autoridade monetária dos EUA reduziu os juros em 0,25 ponto percentual pela terceira vez consecutiva. Agora, eles se situam no patamar entre 3,5% e 3,75% ao ano.
Ativo sem rendimentos, o ouro tende a se sair bem quando o juro está mais baixo.
Trajetória ascendente
No início deste ano, os contratos futuros do ouro eram negociados em torno de US$ 2,6 mil por onça-troy na Bolsa de Nova York. Na quarta-feira (24/12), o metal bateu a marca de US$ 4,5 mil por onça-troy.
Analistas de bancos como o JPMorgan estimam que a cotação do ouro deve ultrapassar os US$ 5 mil por onça-troy em 2026. A valorização neste ano, de quase 71%, superou o desempenho do índice S&P 500, que avançou 18%.
