O novo secretário da Segurança Pública de São Paulo (SSP), Osvaldo Nico Gonçalves, disse que o caso de Tainara Souza Santos, a mulher de 31 anos que foi arrastada por cerca de 1 km na Marginal Tietê, na zona norte de São Paulo, no último sábado (29/11), foi um crime “lastimável”.
Nico afirmou que ficou chocado com a violência e ressaltou que “ora pela vítima todos os dias”. Segundo ele, que assumiu o comando da SSP nesta segunda-feira (1º/12), a proteção à mulher será uma das prioridades da sua gestão.
Nova cirurgia
Tainara Souza Santos passará por nova cirurgia nesta terça-feira (2/12) para fixação de pinos na bacia. Ela está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e teve as duas pernas amputadas, mas não corre risco de morte.



Tainara Souza Santos
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Tainara Souza Santos
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Tainara Souza Santos
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De acordo com amigos e familiares, o rapaz que dirigia o carro era Douglas Alves Da Silva, ex de Tainara
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Douglas Alves da Silva chegando em delegacia após audiência de custódia
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Ao Metrópoles, o advogado da vítima afirmou que, após a cirurgia, os médicos podem remover a sedação para observar como a mulher reage. Caso ela esteja em condições, será transferida para realizar o enxerto de pele.
Mulher arrastada pelo ex
Câmeras de segurança flagraram o momento em que Tainara é atropelada e arrastada pelo ex, Douglas Alves da Silva. Nas imagens, é possível ver que ela andava a pé com outro rapaz quando é atingida por um carro preto.
A amiga de infância da vítima, Letícia Dias, explicou que ela já passou pela cirurgia de retirada das duas pernas. De acordo com a amiga, Tainara perdeu um dos pés já no momento em foi arrastada pelo veículo. “O médico tentou recuperar o [pé] que estava dilacerado, só que não deu. Infelizmente, teve que tirar as duas pernas”, lamentou. Ela explicou que as amputações foram feitas em alturas diferentes nas pernas da vítima.
Além disso, Letícia informou que a amiga teve um inchaço no cérebro, mas que uma tomografia não apontou gravidade no edema.
Homem diz que queria dar susto em ex arrastada
Durante depoimento, Douglas Alves da Silva afirmou que queria dar um susto em Tainara após uma briga de bar. Segundo o delegado Augusto César Pedroso Bícego, titular do 90º DP, ele disse que chegou em no local na sexta-feira (28/11) por volta das 21h e começou a ingerir bebidas acompanhado de um amigo, identificado como Kauan.
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O amigo teria se desentendido com um homem – que estava acompanhado de Tainara – e uma briga começou. Douglas disse que tentou separar a briga, mas foi atingido com uma garrafa no rosto. Ele entrou no carro com Kauan e deixou o local, mas avistou Tainara e o homem caminhando para fora do bar.
No depoimento, Douglas afirmou que fez uma manobra para parar o carro o lado do casal com o objetivo de assustá-los, mas acabou atingindo Tainara, que ficou debaixo do veículo. Ele disse que acreditou que o carro estivesse com alguma falha mecânica, e por isso acelerou.
Douglas também afirmou que estava com os vidros fechados e o som alto, por isso não percebeu os gestos de outros motoristas avisando que Tainara estava sendo arrastada. O homem disse que não prestou socorro e fugiu do local por medo de ser agredido por testemunhas.
Polícia desmente versão
- O depoimento de Douglas, no entanto, destoa das informações reunidas pela polícia.
- Segundo as investigações, o criminoso conhecia Tainara, com quem teve um relacionamento esporádico. Ele agiu por ciúmes e por não aceitar o fim do relacionamento.
- Kauan tentou desestimular Douglas e insistiu para que o homem parasse o carro enquanto a mulher era arrastada na marginal.
- O delegado Augusto Bícego também afirmou que Douglas não parou o veículo e Tainara só escapou porque o corpo se desprendeu.
A irmã de Taianara afirmou que Douglas já a perseguia há tempos e que ambos nunca chegaram a ter um relacionamento sério.
Quem é a vítima
Descrita pela família e amigos como uma mulher divertida, sorridente e “gente boa”, Tainara é mãe de dois filhos, um menino de 12 anos e uma menina de 8, e mora sozinha com eles.
Letícia Dias contou que a vítima gosta de sair para curtir a vida com as amigas, a família e os filhos.
“Tudo que ela puder aproveitar dessa vida, ela aproveita”, revelou Letícia.
Tainara estava trabalhando na produção de uma agência de comércio eletrônico. “Ela estava fazendo as coisinhas dela, estava planejando várias coisas, mas infelizmente veio essa tragédia. Ela é uma menina muito gente boa, mas o que aconteceu com ela vai ficar pro resto da vida dela”, lamentou a amiga.
O irmão de Tainara, Luan, disse que “ela é uma menina alegre. Gosta de sair, curtir, não arruma briga, é querida, faz todo mundo sorrir, é brincalhona”.
No Instagram de Tainara, há diversos posts de viagens.
Família pede justiça
Familiares, amigos e advogados de Tainara Souza Santos dizem que vão lutar para que a justiça seja feita pela vítima.
A defesa, representada por Fabio Costa e Wilson Zaska, publicou nas redes sociais que o caso “jamais ficará impune” e que “a justiça será feita”.



