Com um sabor característico que mistura o picante e o amargo, o agrião pode não ser a hortaliça preferida das saladas brasileiras, mas é uma das campeãs quando o assunto é nutrientes. Prova disso é que um estudo do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos já elegeu a folha como o vegetal mais nutritivo do mundo, apontando-a como uma grande aliada na prevenção de doenças cardiovasculares, osteoporose e formação de células cancerígenas.
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Rico em vitaminas do complexo A, C e K, o agrião se destaca por apresentar uma alta densidade nutricional. Mesmo em pequenas porções, consegue proporcionar uma gama de nutrientes essenciais para o funcionamento do organismo — algo que poucos alimentos entregam de forma tão eficiente.
A nutricionista clínica Juliana Andrade destaca que, diferentemente de outras folhas verdes, o agrião contém compostos antioxidantes específicos, como glucosinolatos e isotiocianatos, associados a propriedades que impedem o crescimento desordenado de células cancerígenas. “Também fornece minerais como cálcio, potássio e ferro em quantidades relevantes, o que o diferencia de folhas mais populares, como alface ou rúcula”, explica.
Entre os maiores beneficiados pela densidade nutricional do agrião estão mulheres, idosos, pessoas com risco de osteoporose, indivíduos com alimentação pobre em vegetais e aqueles que buscam fortalecer a imunidade e a saúde cardiovascular. Para quem está em processo de emagrecimento, a hortaliça também é uma aliada devido à baixa densidade nutricional, destaca a especialista.
Vitamina K e a osteoporose
Entre as vitaminas, o destaque é a K, que atua na ativação de proteínas envolvidas na coagulação do sangue e participa diretamente na fixação do cálcio nos ossos. A alta concentração de cálcio também a torna uma excelente opção para ajudar a prevenir osteoporose. “Um consumo adequado contribui tanto para a prevenção de sangramentos quanto para a manutenção da densidade óssea, reduzindo o risco de fraturas ao longo da vida”, garante a expert.
Entretanto, essa alta concentração da vitamina K também requer cautela. De acordo com Juliana, pessoas que utilizam anticoagulantes devem manter um consumo estável e com orientação médica, mas não precisam excluir o agrião da dieta.
Hortaliça atua ajuda na prevenção de células cancerígenas
Embora não existam alimentos “anticâncer”, a nutricionista destaca que o consumo regular de vegetais como o agrião está associado a menor risco de alguns tipos de câncer.
“Estudos observacionais e experimentais indicam que os compostos antioxidantes e os glucosinolatos presentes no agrião podem ajudar a neutralizar substâncias carcinogênicas e reduzir danos ao DNA”, garante.
O sistema cardiovascular também é beneficiado. “O antioxidantes, potássio e nitratos naturais, auxiliam na melhora da função dos vasos sanguíneos, no controle da pressão arterial e na redução de processos inflamatórios”, diz Juliana.
Como consumir
Não existe uma quantidade padrão estabelecida, mas a nutricionista recomenda incluir o agrião de duas a quatro vezes por semana, variando as formas de preparo. “O consumo cru preserva melhor a vitamina C e alguns compostos antioxidantes. No entanto, preparações leves, como refogados rápidos ou sopas, também são válidas e mantêm boa parte dos nutrientes”, garante a expert, formada pela Universidade de Brasília.
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