Poucos artistas contemporâneos reivindicam o processo com tanto afeto quanto Liniker. “O estúdio é onde a obra ainda é só minha”, afirma. Antes do disco virar público, antes de virar turnê, antes de virar coro — existe esse instante secreto.
Essa paixão pela criação se manifesta no controle minucioso sobre a produção, desde a composição até a engenharia de som, podendo definir qual sensação o trabalho deve causar nela e no público.
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A dedicação à produção foi tamanha que o disco “Índigo Borboleta Anil” foi feito “a lupa”.
Já no processo de “Caju”, ela foi incluída e enxergada pelos produtores (Fejuca e Gustavo Ruiz) como uma produtora, e não apenas como compositora e cantora. O disco, inclusive, foi indicado a Melhor Álbum de Engenharia de Gravação no Grammy Latino 2025.
O background de Liniker como dramaturga a preparou para essa visão conceitual. Na Escola Livre de Teatro, ela aprendeu a ser uma atriz “independente e experimental”, o que a permite estruturar a turnê “Caju” em quatro atos temáticos.
A importância da autoria é um reflexo do passado. A timidez inicial de Liniker vinha de uma responsabilidade por ter uma família muito musical. Ela saiu de Araraquara querendo ser atriz, mas a necessidade de se manter em São Paulo a levou a cantar na Praça Roosevelt.
Agora, a excelência do trabalho é a prova que ela não precisa provar nada para ninguém, mas que ela se dedica “horrores”. A busca é ser uma cantora de trajetória, com o sonho de fazer o som “atravessar gerações”.
Essa maturidade criativa estará plena no encerramento da 2ª edição do Festival Estilo Brasil, no dia 14 de dezembro, no Ulysses Centro de Convenções.
O Festival Estilo Brasil é apresentado pelo Banco do Brasil Estilo, com patrocínio do governo federal e dos cartões BB Visa, e realização do Metrópoles, com produção da Oh! Artes.
Programação
Caetano Veloso
11 de dezembro
Liniker
14 de dezembro
Festival Estilo Brasil
Local: Ulysses Centro de Convenções
Ingressos: Bilheteria Digital
