O ator Miguel Martines, de 12 anos, natural de Araçatuba (SP), vive uma fase marcante na carreira. Ele protagoniza o longa O Filho de Mil Homens, produção da Netflix baseada na obra de Valter Hugo Mãe. No filme, interpreta Camilo, um menino órfão que encontra no pescador Crisóstomo, vivido por Rodrigo Santoro, a chance de formar uma nova família.
A trajetória de Miguel começou de forma inesperada. Em entrevista ao Metrópoles, ele contou que decidiu atuar durante uma ida ao cinema com os pais.
“Estava no cinema, eu tinha 8 anos. Assisti, eu acho que, Detetives do Prédio Azul e falei: ‘Eu vou aparecer no cinema’.” A família encarou o comentário como um sonho infantil, mas Miguel insistiu e iniciou aulas de TV e cinema para entender se tinha talento.
Leia também
-
Quem é Rebeca Jamir, atriz que vive Isaura em O Filho de Mil Homens
-
Saiba detalhes da caracterização de Santoro para O Filho de Mil Homens
-
Entenda o final de O Filho de Mil Homens, novo filme da Netflix
-
Elenco comenta adaptação de O Filho de Mil Homens para a Netflix
A preparação para os primeiros testes ocorreu sem que ele soubesse para qual produção concorria. Miguel recordou a surpresa ao perceber que havia avançado em todas as etapas. “Eu fiz o primeiro teste, passei. O segundo, passei. Cheguei no terceiro e entrei em uma sala que tinha eu e o tio Dani (Daniel Rezende, diretor do filme). Aí a mamãe entrou em outra sala e eu não sabia, mas só tinha eu”. A aprovação veio meia hora depois.
O papel exigiu que o pequeno explorasse emoções que não fazem parte da própria vivência. Miguel explicou as dificuldades ao interpretar Camilo: “A parte mais difícil de interpretar foi buscar os sentimentos de preconceito, de raiva, ódio. Isso era o mais difícil de achar em mim, porque a gente é muito diferente nisso”.
Antes das gravações, o elenco passou por um mês de preparação. O processo foi fundamental para Miguel entender o personagem e o funcionamento de um set. “A preparação me ajudou muito a entrar no personagem, já que era o meu primeiro trabalho. Foi muito importante para mim estar com todo o elenco”, garante.
A convivência com Rodrigo Santoro, um dos maiores atores brasileiros da atualidade, e com o veterano Johnny Massaro, marcou profundamente o jovem ator. Ele não conhecia a dimensão do estrelato dos colegas e isso ajudou na relação.
4 imagens

Fechar modal.![]()
1 de 4
Miguel Martines e Rodrigo Santoro em O Filho de Mil Homens
2 de 4
O Filho de Mil Homens
Reprodução/Instagram
3 de 4
Ele interpreta Camilo em O Filho de Mil Homens
Reprodução/Instagram
4 de 4
Miguel Martines tem 12 anos
Reprodução/Instagram
“Para mim era só o tio Rodrigo e o Johnny. A gente não tinha essa de se tratar como estrelas. Eu aprendi muito com eles. Era como uma escola”, ressalta.
A despedida das gravações trouxe um momento de forte emoção. Um vídeo que circula nas redes mostrou o abraço entre Miguel e Santoro no último dia do ator no set. Questionado sobre o momento, Miguel explicou:
“Foi o último dia do Rodrigo. Foram três ou quatro cenas de eu chorando, porque eu acho que foram os três meses mais mágicos da minha vida. Ele me tratou como um filho. Ele foi muito legal comigo. Fiquei muito triste quando terminaram as gravações com ele.”
Confira:
Ver essa foto no Instagram
Uma publicação compartilhada por Miguel Martines e mamãe Nataly (@omiguelmartines)
Além da convivência, o personagem deixou lições importantes. Durante a entrevista, Miguel refletiu sobre a transformação de Camilo ao longo do filme. “No começo, ele é muito preconceituoso. Isso não foi uma escolha dele, foi uma coisa ensinada pela família desde muito novo. Eu aprendi a respeitar e acolher mesmo com as diferenças.”
O trabalho de estreia ocorreu em uma produção de alcance global, algo incomum para um ator tão jovem. Apesar disso, Miguel conta que o filme ampliou sua visibilidade e despertou curiosidade sobre seus próximos passos. Ele mantém o foco no desejo de continuar atuando.
“Meu sonho é fazer mais filmes. Eu sei que é muito difícil, porque tem muita criança talentosa e esforçada. Então se eu puder continuar sonhando em fazer mais filmes, é o que eu quero.”
