O presidente Lula telefonou ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), na manhã desta terça-feira (16/12). De acordo com auxiliares, o contato teve como objetivo reabrir o diálogo institucional entre o Palácio do Planalto e a Casa Legislativa. Ainda segundo interlocutores, Lula também deverá ligar, esta semana, para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), em movimento semelhante de aproximação.
Na conversa com Motta, o chefe do Executivo destacou o papel estratégico da Câmara na construção e aprovação das principais agendas nacionais, sobretudo as de natureza econômica. A ligação ocorreu após encontro entre o chefe da Câmara e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no qual foram discutidos pontos considerados sensíveis para a sustentação do arcabouço fiscal, como a taxação de fintechs e de plataformas de apostas, as conhecidas bets.
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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP)
BRENO ESAKI/METRÓPOLES
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Davi Alcolumbre e Hugo Motta
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES
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Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Hugo Barreto/Metrópoles
Auxiliares relataram que a iniciativa buscou diminuir tensões recentes na relação entre Executivo e Legislativo e sinalizar disposição do Planalto em manter canais contínuos de interlocução com a cúpula do Congresso. A avaliação interna é que a reaproximação com Motta pode contribuir para destravar a tramitação de projetos prioritários para o governo no início do ano que vem.
Nesse contexto, a indicação do novo ministro do Turismo, o paraibano Gustavo Feliciano — filho do deputado Damião Feliciano (União Brasil-PB), aliado de Motta — é vista por aliados como parte de um aceno político do Planalto à liderança da Câmara e a setores do União Brasil, reforçando o gesto de distensão.
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Do lado da Câmara, a sinalização foi de receptividade ao diálogo e de disposição para analisar as pautas econômicas dentro do rito institucional. A expectativa, conforme relatos, é que novas rodadas de conversa ocorram nos próximos dias, com a participação de líderes partidários, para dar maior previsibilidade à agenda legislativa e reduzir o risco de impasses na votação de matérias de interesse do Executivo.
