A frase acima é do grande Nelson Mandela, pacifista que chegou a pegar em armas, mas logo as deixou. Foi por palavras e exemplos que se tornou figura central na superação do desastre humano que foi o apartheid.
A odiosa separação de iguais, uns oprimindo outros, continua mundo afora, com uma meia dúzia de doentes mentais, de tão obcecados por dinheiro, com mais riqueza que metade da humanidade! Nações que se dizem cristãs, muçulmanas, confucianas, hinduístas ou praticantes de outras orientações filosóficas – todas pregando paz e harmonia! – são governadas pelo mito do crescimento do PIB e, por diferentes métodos, mais ou menos explícitos, mas sempre cruéis, convivem e concordam com a opressão e o sofrimento de bilhões, condenados a exaustivas e sub-remuneradas jornadas em ambientes nocivos. E acusam as “outras nações” de serem “diferentes”, criando assim inimigos para justificar a injustificável prática de relegar para distante prioridade a qualidade de vida de seus iguais, em prol de mais lucros para os que já são bilionários.
Os dirigentes de todas essas mesmas nações, apesar de pesquisas mostrarem que suas populações discordam veementemente de seus posicionamentos – onde anda a democracia? -, evitam obstruir e até mesmo condenar os genocídios em marcha em diversos pontos do planeta. Genocídios estes que não abatem apenas humanos; provocam mais uma extinção em massa de espécies, a primeira cujos causadores estão cientes da sua culpa. Afinal, os dinossauros não controlavam asteroides! Onde agem as filosofias que pregam a busca do fim do sofrimento?
Disse Mandela: “Eu lutei contra a dominação pelos brancos e lutei contra a dominação pelos negros. Amei e busquei realizar a ideia de uma sociedade livre e democrática na qual todos vivam em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal que espero ver realizado.”
Na situação atual do mundo, com as tendências que se percebem, não parece que tal ideal esteja perto de ser alcançado; pelo contrário, parece estar sendo afastado pela busca insana de seguir na mesma direção – mais e mais PIB! -, à espera de resultado distinto, qual seja: fim da miséria e oportunidades iguais para todos!
Donde se conclui: é necessário refundar as sociedades de todas as crenças, valorizar a proximidade entre iguais, aceitar as diferenças e seguir os valores pacifistas que podem unir cristãos, muçulmanos, confucionistas, hinduístas e de outras filosofias. Esta a melhor forma de evitar o afundamento e destruição das comunidades de seres vivos.
Fácil? Certamente não, mas, por difícil que seja, é a única maneira de construir um novo futuro, no qual a harmonia e a igualdade de oportunidades sejam possíveis. Um futuro no qual a redução do sofrimento e da pobreza – definida esta por uma linha real e não ridícula, como a adotada pelo Banco Mundial – seja o principal objetivo de todas as políticas públicas!
