A polícia do Paraguai entregou, na noite desta sexta-feira (26/12), o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, à Polícia Federal (PF), na fronteira com o Brasil. Preso em Assunção, após tentar deixar o país com passaporte falso, ele deve ser conduzido, agora, pela PF até Brasília (DF).
Silvinei Vasques foi detido na madrugada desta sexta, no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção. Segundo as autoridades, ele tentava embarcar em um voo com escala no Panamá e destino final em El Salvador, utilizando documentação irregular.
A prisão ocorreu antes do embarque. Há dois voos diários entre o Paraguai e o Panamá — um à 1h44 e outro às 6h42. As autoridades apuram em qual deles Silvinei pretendia viajar.
Após a detenção, fontes da diplomacia brasileira informaram que o Paraguai iniciou tratativas para a expulsão sumária do brasileiro, procedimento que culminou na entrega às autoridades do Brasil.
Silvinei Vaques sendo preso
Reprodução
Encapuzado e algemado, ex-diretor da PRF foi levado sob escolta até a fronteira com o Brasil após ser preso no Paraguai com documentos falso
Departamento de Polícia Aeroportuária
Encapuzado e algemado, ex-diretor da PRF foi levado sob escolta até a fronteira com o Brasil após ser preso no Paraguai com documentos falso
Departamento de Polícia Aeroportuária
Encapuzado e algemado, ex-diretor da PRF foi levado sob escolta até a fronteira com o Brasil após ser preso no Paraguai com documentos falso
Departamento Nacional de Migração
Foto de identificação de Silvinei Vasques pela polícia do Paraguai destaca pinta no pescoço
Reprodução X Polícia do Paraguai
Ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, foi preso no Paraguai ao tentar deixar o Brasil de carro alugado, com passaporte falso e itens para o animal
Reprodução/Redes Sociais
Ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, foi preso no Paraguai ao tentar deixar o Brasil de carro alugado, com passaporte falso e itens para o animal
Reprodução/Redes Sociais
Silvinei Vasques foi diretor da Polícia Rodoviára Federal (PRF) durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro
Vinícius Schmidt/Metrópoles
Tentativa de fuga
- Condenado a 24 anos e 6 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação na trama golpista, Silvinei cumpria medidas cautelares em Santa Catarina, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de deixar o país.
- Segundo a Polícia Federal, o ex-diretor da PRF teria rompido a tornozeleira eletrônica antes de deixar o Brasil pelo Paraguai.
- Com a violação do equipamento de monitoramento, alertas foram emitidos às autoridades brasileiras e internacionais.
- Informações preliminares apontam que Silvinei tentou alterar a foto de um passaporte para passar pelo controle migratório. A tentativa, no entanto, já era monitorada, e a adidância da PF no Paraguai havia comunicado previamente a polícia local.
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Condenação no STF
Silvinei Vasques foi condenado pela Primeira Turma do STF no julgamento do chamado núcleo 2 da trama golpista. Segundo a Corte, o grupo foi responsável pela elaboração da chamada “minuta do golpe”, além de ações de monitoramento e planejamento contra autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.
Também pesou contra o ex-diretor da PRF a atuação para dificultar o deslocamento de eleitores do Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022.
A condenação de Silvinei foi proferida em 16 de dezembro, mas ainda não transitou em julgado. A defesa segue no prazo para apresentação de recursos, incluindo embargos infringentes.
