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Partidos “poupam” R$ 190 milhões em 2025 para gastar em ano eleitoral

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Partidos “poupam” R$ 190 milhões em 2025 para gastar em ano eleitoral

Os partidos políticos brasileiros pouparam, juntos, cerca de R$ 190 milhões do fundo partidário repassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e das doações recebidas ao longo deste ano para engordar o caixa destinado a financiar as campanhas em 2026, quando haverá eleições para presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais em todo o país.

A maior parte desse valor estocado é oriunda do fundo partidário, dinheiro público que é distribuído da seguinte forma aos partidos: 95% de acordo com o tamanho das bancadas na Câmara dos Deputados e 5% igualmente entre as legendas que atingiram a cláusula de desempenho, como ter ao menos 11 deputados em nove estados diferentes — 10 siglas não estão aptas a receber os recursos.

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Neste ano, o valor total do fundo destinado a custear as atividades dos partidos, como despesas com salários, aluguéis e passagens aéreas, foi de R$ 1,2 bilhão. Para o ano que vem, além do fundo partidário, as legendas ainda terão mais R$ 4,9 bilhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), conhecido como fundão ou fundo eleitoral, destinado exclusivamente para bancar campanhas.

Apesar das altas cifras destinadas às eleições, ao menos seis partidos (veja abaixo) chegaram em dezembro com ao menos R$ 10 milhões de “sobra” em caixa para o ano eleitoral. Os valores foram levantados pelo Metrópoles na página das prestações de contas anuais do TSE e atualizados até meados deste mês e, por isso, podem sofrer alterações — apenas os dados do União Brasil estão incompletos no portal.

Partidos que mais “pouparam” em 2025

PL turbina caixa com verba de fundação

Dono da maior fatia dos fundos partidário e eleitoral, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, “guardou” até agora para o ano eleitoral o equivalente à quase metade dos R$ 190,4 milhões repassados pelo TSE até o fim de novembro deste ano.

Ao todo, a sigla controlada por Valdemar Costa Neto soma R$ 262,1 milhões em receitas e R$ 174,8 milhões em despesas, acumulando um superávit de R$ 87,3 milhões.

Parte expressiva desse saldo é fruto da devolução do dinheiro que a legenda é obrigada por lei a repassar para sua fundação de formação política, o Instituto Álvaro Valle.

Desde 2013, uma alteração feita na lei abriu uma brecha permitindo que a “eventual sobra” de dinheiro na conta das fundações possa ser revertida para outras atividades partidárias, incluindo propaganda política e campanhas eleitorais.

No caso da fundação do PL, a “sobra” representa 75% do total repassado pelo partido. Em janeiro deste ano, o partido bolsonarista turbinou seu caixa com R$ 37,2 milhões que não foram gastos pelo instituto no ano passado.

Segundo no ranking de sobras do fundo partidário, o Republicanos recebeu R$ 88,1 milhões do TSE e ainda faturou R$ 10 milhões com rendimentos de aplicações financeiras feitas em anos anteriores, mas só gastou R$ 53,6 milhões até dezembro.

Já o PP do senador Ciro Nogueira (PI) registrou como despesa total até o momento menos da metade dos R$ 55,3 milhões recebidos da cota do fundo partidário e de rendimentos em aplicações.

Na contramão dos partidos de direita, o PT, que é dono da segunda maior cota do fundo partidário, com R$ 126 milhões transferidos pelo TSE até novembro, chega ao final de 2025 com um déficit de R$ 1 milhão nas contas e não terá sobras para as eleições.

O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gastou R$ 152,5  milhões até o momento diante de uma arrecadação de R$ 151,5 milhões, incluindo o fundo partidário e as doações.

O que diz a lei

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