A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, nesta quarta-feira (4/12), uma megaoperação para barrar o avanço estratégico do Primeiro Comando da Capital (PCC) no DF.
O objetivo da facção era controlar a massa carcerária, impor regras internas, lucrar com tráfico de drogas e armas e expandir o domínio para além dos presídios, reproduzindo o modelo paulista no Centro-Oeste.
Leia também
-
PCDF barra expansão do PCC e cumpre 50 mandados no DF em megaoperação
-
Polícia desmonta “banco paralelo” do PCC para lavar milhões do crime
A ação, executada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco/Decor) em parceria com o Gaeco (MPDFT), deu origem às operações Concórdia II e Occasus, ambas ligadas à reestruturação de “células” do PCC instaladas silenciosamente em regiões do DF.
Ao todo, 110 policiais foram mobilizados para cumprir 25 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em Samambaia, Santa Maria, Ceilândia, Planaltina, Recanto das Emas, Núcleo Bandeirante, além de endereços em Valparaíso (GO) e em presídios do DF.
Células
Segundo a investigação, o PCC atuava no DF em formato de “células” independentes, cada uma com seu próprio caixa, estrutura e liderança.
Apesar da fragmentação, todas respondiam à cúpula nacional e seguiam a mesma diretriz, expandir o domínio, controlar as cadeias e operar o tráfico de forma integrada.
Desarticulação do núcleo de Brazlândia
A Operação Concórdia II surgiu após a análise de provas apreendidas na primeira etapa da ação, deflagrada em abril, quando 14 membros da facção foram presos.
Nesta nova fase, os agentes cumpriram 18 mandados de prisão contra integrantes ligados ao tráfico e à extorsão em Brazlândia e regiões vizinhas.
Eles atuavam como braço operacional da facção, controlando bocas de fumo, cobrando dívidas e mantendo o fluxo de drogas entre bairros.
Tentativa de assassinato e guerra com o CV
Já a Operação Occasus surgiu após a identificação de um grupo do PCC envolvido na tentativa de homicídio de um rival do Comando Vermelho no Recanto das Emas. A ação cumpriu sete mandados de prisão e sete de busca e apreensão.
A PCDF informou que a operação integra a 3ª edição da Operação Renorcrim, esforço nacional coordenado pela Senasp e pela Diopi para atacar organizações criminosas em todo o país.
Durante a semana, outros 11 integrantes de uma facção local já haviam sido presos em desdobramentos da Operação Shot Caller, concluída em 2024.
