A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de proibir a entrada e saída da Venezuela de navios petroleiros sancionados pelos norte-americanos já começou a impactar a cotação global dos preços do petróleo no mercado.
Por volta das 8h30 (pelo horário de Brasília) desta quarta-feira (17/12), o petróleo do tipo Brent (referência no mercado internacional) avançava 2,26% e era negociado a US$ 60,25.
Já o petróleo do tipo WTI (referência no mercado dos EUA) registrava alta de 2,37%, cotado a US$ 56,61.
Na véspera, em meio ao otimismo do mercado em relação ao possível fim do conflito entre Rússia e Ucrânia, os preços do petróleo chegaram a cair abaixo de US$ 60 e atingiram o menor valor em sete meses.
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Ouro
O ouro, por sua vez, caminha rumo ao seu recorde histórico. Por volta das 9h20 (de Brasília), o metal subia 0,49%, a US$ 4,35 mil por onça-troy.
A máxima histórica do ouro, atingida em outubro deste ano, é de US$ 4.381.
Outros metais preciosos também operam com fortes ganhos, como a prata, cotada acima de US$ 66 por onça-troy – o maior patamar desde 2008.
O bloqueio de Trump
Segundo comunicado da Casa Branca, todos os navios sancionados pelos EUA que entrem ou saiam da Venezuela transportando petróleo estão bloqueados.
Na mensagem, divulgada na rede social Truth, o líder norte-americano acusou o governo venezuelano de roubar ativos dos EUA, como petróleo, além de utilizar o setor petrolífero do país para financiar “a si mesmo”, o “terrorismo de drogas” e o “tráfico humano”. Por isso, Trump afirmou que a medida deve durar “até Maduro sair [do poder]”.
“A América não permitirá que Criminosos Terroristas ou outros Países, roubem, ameacem ou prejudiquem a nossa Nação e, da mesma forma, não permitirá que um Regime Hostil tome o nosso Petróleo, Terra ou quaisquer outros Ativos, todos os quais devem ser devolvidos aos Estados Unidos, IMEDIATAMENTE”, escreveu Trump, sem dar provas de possíveis roubos cometidos pela Venezuela contra os EUA.
A nova decisão de Trump se soma a outro bloqueio unilateral dos EUA contra a Venezuela. No fim de novembro, o presidente norte-americano anunciou o fechamento do espaço aéreo do país liderado pelo ditador Nicolás Maduro, em meio à escalada militar na América Latina e Caribe.
Atualmente, os EUA realizam a operação Lança do Sul na região, cujo objetivo declarado é combater o tráfico de drogas. Até o momento, cerca de 26 barcos já foram atacados em águas do Caribe e do Oceano Pacífico, por supostamente transportarem entorpecentes para o solo norte-americano.
Maduro, por sua vez, é o principal alvo das ameaças vindas de Washington. Contestado internacionalmente, o herdeiro político de Hugo Chávez é apontado como líder do cartel de Los Soles. O grupo foi classificado, recentemente, como organização terrorista internacional pelos EUA.