A decisão de Jair Bolsonaro (PL) de indicar o seu filho Flávio para concorrer à presidência da República nas eleições de 2026 não foi exatamente uma surpresa entre os aliados mais próximos do ex-presidente.
Considerado o “filho sensato” do clã Bolsonaro, Flávio se tornou a segurança de que não irá ceder na defesa do pai em troca de arranjos políticos.
A estratégia da vez é voltar ao tudo ou nada, no estilo kamikaze que o bolsonarismo gosta e já mostrou que funciona. Afinal, por que ceder às alianças se elas não conseguiram impedir que Jair fosse parar no regime fechado?
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O desfecho desfavoreceu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que chegou a ser a primeira opção de Bolsonaro, mas perdeu o posto pelas titubeadas em apoiar o clã nos momentos mais críticos.
A escolha de Bolsonaro, contudo, não o tira da briga pela Presidência. Tarcísio tem até abril para decidir se troca a reeleição ao governo do estado pela disputa presidencial. Tempo de sobra para testar o desempenho de Flávio nas pesquisas eleitorais enquanto espera no banco de reservas.
Ao se colocar na disputa presidencial, o filho de Bolsonaro será alvo de ataques da esquerda, que já começou a relembrar seu envolvimento com esquema de rachadinha, e a compra de uma mansão de R$ 6 milhões em Brasília cujas prestações consomem 90% da sua renda.
Flávio também não tem um bom histórico com os holofotes. Entrou para a história política do Rio de Janeiro sua imagem desmaiando ao vivo em um debate promovido pela TV Globo nas eleições para a prefeitura em 2016. Ele terminou a disputa em quarto lugar, com 420 mil votos.
