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Predador de mulheres manipulava, perseguia, dopava e estuprava vítimas

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Predador de mulheres manipulava, perseguia, dopava e estuprava vítimas

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu um predador serial de mulheres. Identificado como José Neyton Gomes Melo, de 54 anos, ele teria cometido, ao longo de anos, diversos crimes contra mulheres, como violência sexual, perseguição e golpes financeiros.



Segundo a equipe da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia), José possui um amplo e perturbador histórico de violência física, sexual, psicológica e patrimonial.

Ele foi preso na manhã desta sexta-feira (5/12) em um hotel em Brazlândia. A ação contou com o apoio do serviço de inteligência Águia 36 da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

A reportagem não localizou a defesa de José Neyton. O espaço segue aberto para possíveis posicionamentos.

De acordo com as investigações, o suspeito se aproximava das vítimas, geralmente mulheres adultas e em momento de fragilidade emocional. Ele se aproveitava da situação e construía relações amorosas marcadas por afeto, dependência emocional e promessas de estabilidade.

Após conquistar a confiança, ele iniciava um processo de exploração financeira da vítima. Ele pedia empréstimos em nome das vítimas e usava cartões de crédito e dados pessoais delas.

Além disso, José também simulava aquisições de bens inexistentes. Em um dos casos, uma das mulheres relatou ter perdido cerca de R$ 200 mil sob a justificativa de comprar uma propriedade rural que jamais existiu.

Paralelamente, a investigação apontou que José adotava condutas de violência sexual e física contra as vítimas, incluindo episódios de dopagem com clonazepam para manter relações sexuais enquanto as vítimas estavam inconscientes.

O autor teria ainda fotografado e filmado mulheres dopadas e nuas, chegando a exibir o material a terceiros como forma de autopromoção. Uma das vítimas sofreu lesões que exigem intervenção cirúrgica.

As vítimas também relataram perseguições constantes. Segundo os relatos, José atuava como um vigilante em frente à casa delas e passava o dia monitorando suas rotinas.

Em alguns episódios, as testemunhas afirmam que o investigado utilizava armas de fogo para intimidar e reforçar seu poder psicológico. De acordo com 18ª DP, embora não possua registro legal de armas, há múltiplos relatos de posse irregular.

Até o momento, três mulheres de Brazlândia foram formalmente identificadas como vítimas. Seus relatos são convergentes e apresentam o mesmo padrão de aproximação afetiva, manipulação emocional, violência sexual ou psicológica e apropriação patrimonial.

Outras testemunhas afirmam que ele replicou esse comportamento com outras mulheres, algumas ainda não identificadas ou localizadas, além de manter atuação ativa em redes sociais para encontrar possíveis novas vítimas.

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Das investigações até a prisão

Segundo a 18ª DP, José passou a ser investigado por crimes de ameaça, estupro de vulnerável, violência psicológica e violência patrimonial. Contudo, após surgimento de novos relatos, a equipe da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ampliou o espectro investigativo.

A análise das provas colhidas mostra que o investigado já figurava em ao menos oito registros desde 2012, envolvendo agressões, ameaça armada, perseguição e comportamento intimidador.

Após tomar conhecimento das denúncias mais recentes, José Neyton fugiu do Distrito Federal e se escondeu na casa de sua mãe de criação, em Serra dos Aimorés (MG).

Após representação da 18ª DP, a atuação conjunta da Polícia Civil do Distrito Federal, do Ministério Público do DF e do Poder Judiciário resultou no deferimento de medidas de prisão preventiva e busca e apreensão.

Na decisão que decretou a prisão, o magistrado enfatizou o alto grau de periculosidade do investigado, o modus operandi violento e clandestino e a insuficiência de medidas cautelares alternativas.

Foi então que a operação, batizada de Fraus Veneni (“fraude envenenada”), foi deflagrada nesta sexta, resultando na prisão do suspeito em um hotel em Brazlândia.

Diante da possibilidade de existência de outras vítimas ainda não identificadas, o nome do investigado está sendo divulgado pela Polícia Civil, contribuindo para o esclarecimento dos fatos e a ampliação da proteção às pessoas potencialmente atingidas.

A operação segue em andamento, com foco na coleta de provas, cumprimento das ordens judiciais e aprofundamento das investigações.

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