Preso nesta quarta-feira (3/12) pela Polícia Federal, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), teve uma relação de altos e baixos com o clã Bolsonaro.
Em maio de 2025 — ou seja, antes de ser preso —, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a conversar com Bacellar e sinalizar apoio à candidatura do deputado estadual ao governo do Rio em 2026.
Pelo acerto da época, Bolsonaro apoiaria a candidatura de Bacellar a governador. Em troca, o ex-presidente indicaria o candidato a vice. Além disso, o PL teria direito às duas vagas ao Senado na chapa.
A relação, porém, estremeceu já em julho, quando o presidente da Alerj assumiu provisioriamente o governo do Rio e imediatamente exonerou o então secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB).
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Reis é próximo da família Bolsonaro e é apontado como possível candidato do bolsonarismo ao Palácio Guabanara no próximo ano, caso o emedebista consiga reverter na Justiça sua inelegibilidade.
Desde o episódio, o clã Bolsonaro se afastou de Bacellar. Entre eles, o senador Flávio Bolsonaro (RJ-RJ), que cobrou a revogação da demissão de Reis e colocou em dúvida o apoio ao presidente da Alerj em 2026.
Governador também tem relação difícil
Aliado ao bolsonarismo, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), também teve uma relação de altos e baixos com Bacellar. Os dois eram próximos, mas se afastaram após o episódio da demissão de Reis.
Nos bastidores, o governador alegou que o presidente da Alerj exonerou o emedebista sem consultá-lo, horas após o Castro viajar ao exterior e deixar o comando do estado, interinamente, para Bacellar.
Ao retornar ao Rio, o governador tentou renomear Reis, mas foi pressionado a manter a demissão pelo presidente da Assembleia, que pasosu a ameaçar Castro de abrir um processo de impeachment.
