O professor de Direito Carlos Portugal Gouvêa, brasileiro de 43 anos, foi preso nessa quarta-feira (3/12) nos Estados Unidos, por ter atirado com uma arma de chumbinho próximo a um templo judaico de Boston em outubro.
Gouvêa foi preso pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês), teve seu visto revogado e deixará o país de forma voluntária.
Quem é Carlos Portugal Gouvêa
Carlos Gouvêa se formou em direito pela Universidade de São Paulo (USP) em 2001, e se tornou doutor pela universade de Harvard em 2008. Em 2011, ele passou a ser professor de Direito na universidade estadunidense.
Gouvêa lidera o instituto Global Law Institute (IDGlobal), um centro de pesquisa em justiça ambiental e social do Brasil, que realiza pesquisas de alto impacto sobre comunidades indígenas e quilombos. Pela USP, integrou diversas organizações de direitos humanos.
O professor já prestou consultoria diversas vezes ao governo federal brasileiro, destacando-se o auxílio na elaboração de normas para a Lei de Saneamento de 2020 (Lei nº 14.026/2020), que estabeleceu metas ambiciosas de universalização dos serviços – água potável para 99% dos brasileiros, e coleta/tratamento de esgoto para 90%, até 2033.
Caso da sinagoga
- Em 2 de outubro, Carlos foi detido pela polícia norte-americana, e, posteriormente, foi liberado sob fiança.
- Ele disparou com uma arma de chumbinho próximo ao templo judaico Beth Zion, no dia anterior do Yom Kippur, data sagrada para os judeus.
- O brasileiro afirmou a autoridades locais que estava caçando ratos.
- Líderes do templo, Larry Kraus e Benjamin Maron, afirmaram à época que “não há indícios de que o ato tenha sido motivado por antissemitismo”.
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Nesta semana, Carlos Gouvêa aceitou um acordo judicial, no qual admitiu ter utilizado “rifle de ar”, conhecido como arma de chumbinho. As outras acusações contra ele — de perturbação da paz, conduta desordeira e vandalismo — foram arquivadas. Por ter aceitado o acordo de deixar os Estados Unidos voluntarimente, ele não será deportado.
A secretaria Tricia McLaughlin, do Departamento de Segurança Interna dos EUA, classificou o episódio como “um ato descarado e violento de antissemitismo”. A sinagoga envolvida no caso, por outro lado, afirmou não ver indícios de motivação antissemita.
