Romeu Antunes Carvalho (foto em destaque) foi preso pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (18/12), em mais uma fase da Operação Sem Desconto, que apura um esquema bilionário de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS. A fraude foi revelada pelo Metrópoles.
Romeu é filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, apontado como um dos principais operadores do esquema e preso desde setembro.
Além de Romeu, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra o senador Weverton Rocha (PDT-MA) e determinou o afastamento do secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, que também teve a prisão domiciliar decretada. Portal é ex-chefe de gabinete de Weverton e ocupava o segundo cargo mais importante da pasta.
Outro preso é o advogado Éric Douglas Martins Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis, apontado pelas investigações como elo jurídico e financeiro do esquema.
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Casa do vice-líder do governo Lula no Senado, senador Weverton Rocha (PDT-MA), um dos alvos Operação Sem Desconto
Hugo Barreto/Metrópoles
@hugobarretophoto
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A PF apreendeu carros de luxo na casa do senador Weverton Rocha, em Brasília
Divulgação/Polícia Federal
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Agentes apreenderam armas, dinheiro, carros de luxo, relógios importados, joias e outros bens de alto valor
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Os mandados cumpridos pela PF ocorreram em endereços de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão e Distrito Federal
Divulgação/Polícia Federal
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Operação Sem Desconto, da Polícia Federal
Divulgação/Polícia Federal
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Volvo apreendido de luxo na casa do senador Weverton Rocha, em Brasília
Divulgação/Polícia Federal
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A PF cumpriu 52 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão preventiva
Divulgação/Polícia Federal
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A PF também apreendeu relógios importados durante a nova fase da Operação Sem Desconto
Divulgação/Polícia Federal
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Opoeração Sem Desconto investiga esquema nacional de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS
Divulgação/Polícia Federal
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Senador Weverton Rocha (PDT-MA) admite ter feito indicações políticas no INSS
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
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A PF prendeu, nesta quinta-feira (18/12), Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”
LUIS NOVA/METRÓPOLES
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Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”
LUIS NOVA/METRÓPOLES
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A PF fez novas apreensões nesta fase da operação
HUGO BARRETO / METRÓPOLES
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Agentes da Policia Federal chegam a delegacia regional da PF com malotes durante nova fase da Operação Sem Desconto
HUGO BARRETO / METRÓPOLES
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Até pouco tempo antes de entrar no radar da PF, Romeu mantinha uma trajetória discreta. Trabalhou como programador de sistemas na PicPay Instituição de Pagamentos, vínculo que durou até setembro de 2023.
Segundo os investigadores, a mudança ocorre a partir do fim daquele ano. Romeu passou a integrar diretamente empresas ligadas ao pai, tornando-se sócio formal de pelo menos quatro negócios e aparecendo de forma indireta em outros três.
As apurações indicam que Romeu possuía autorização para movimentar contas bancárias usadas no esquema e atuava como operador financeiro em empresas suspeitas de lavar dinheiro oriundo das fraudes.
Carros, dinheiro e armas
Durante o cumprimento dos mandados judiciais, autorizados pelo Supremo Tribunal Federal, investigadores apreenderam carros de luxo, relógios importados, joias, armas e dinheiro em espécie, bens que, segundo a investigação, teriam sido adquiridos com recursos retirados ilegalmente de aposentados e pensionistas.
A Polícia Federal aponta que o esquema funcionava por meio de descontos associativos não autorizados, lançados diretamente na folha de pagamento de beneficiários do INSS.
As vítimas tinham valores abatidos mensalmente como se fossem filiadas a associações de classe, sem jamais terem autorizado a adesão.
Os recursos eram pulverizados em contas de empresas, familiares e intermediários e convertidos em patrimônio de alto valor, estratégia usada para dificultar o rastreamento da origem do dinheiro.
A investigação identificou núcleos responsáveis pela captação de dados, inserção de informações falsas em sistemas oficiais e lavagem de capitais.
