Agência Brasileira de Inteligência (Abin) publicou, nesta quarta-feira (3/12), um relatório em que aponta os principais desafios para a Inteligência do país em 2026. Entre diversos pontos, a agência afirmou que, caso a confiança pública no processo eleitoral seja quebrada, se abrirá espaço para “narrativas de ruptura e de contestação, inclusive violenta, como as que emergiram após o pleito de 2022 [os atos de 8 de janeiro] e que permanecem latentes”.
O relatório frisa, ainda que o processo eleitoral de 2026 ocorrerá em “contexto de múltiplas vulnerabilidades, com potencial para impactar a segurança e a integridade da democracia brasileira”.
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Ainda de acordo o documento, o extremismo pode implicar ameaças concretas, como aquelas que culminaram nos eventos de 8 de janeiro de 2023 e que “permanecem latentes”.
“A deslegitimação sistêmica das instituições democráticas constitui um dos principais fatores de vulnerabilidade para as eleições de 2026. Trata-se de processo corrosivo, que mina a confiança e a percepção de legitimidade do eleitorado em relação às bases do regime republicano — o Poder Judiciário (com destaque para a Justiça Eleitoral), o Poder Legislativo e a capacidade de o Poder Executivo assegurar direitos e liberdades das pessoas nesse contexto. As instituições passam, assim, a ser percebidas, por parte da população, como parciais e pouco confiáveis, o que compromete sua credibilidade”.
Ameaças externas
A Abin alertou, também, para articulações “transnacionais de movimentos extremistas, que compartilham táticas de manipulação e de propaganda em fóruns e comunidades próprias” afim de desestabilizar o processo eleitoral brasileiro.
“Atores estatais ou não estatais podem ter altos incentivos para promover ações de desestabilização do processo eleitoral, minando a confiança nas instituições, influenciando resultados e favorecendo interesses geopolíticos e econômicos próprios”, completou o documento.
A Abin
A Abin tem como principal atribuição assessorar o presidente da República com informações estratégicas para auxiliar o chefe do Executivo na tomada de decisões. Para isso, analisa questões como segurança das fronteiras, narcotráfico, terrorismo e se vale da tática de operações sigilosas e contraespionagem.
