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    Restaurante esculpido na rocha de uma montanha proíbe celulares

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    Em meio às Dolomitas, no norte da Itália, um hotel de luxo surpreendeu o público ao criar um restaurante com uma regra incomum: nada de celulares. A proposta é simples e radical ao mesmo tempo — viver a experiência sem registros, distrações ou telas, apenas com atenção total ao que acontece ao redor.

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    Inserido em uma paisagem de florestas de pinheiros e montanhas imponentes, o lugar é conhecido por oferecer silêncio, contemplação e um ritmo desacelerado aos hóspedes. No verão europeu, essa busca por descanso ganhou um novo aliado com a abertura discreta de um espaço gastronômico fora do comum.

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    “A FORESTIS é um lugar de experiências, onde momentos extraordinários, que não podem ser encontrados em nenhum outro lugar, ganham vida para nossos hóspedes”, disse Günther Kofl, o gerente-geral.

    O restaurante

    Construído inteiramente dentro de uma montanha, o restaurante YERA foi esculpido na própria rocha, criando um ambiente que mistura elementos ancestrais e contemporâneos. Terra avermelhada, madeira e fogo compõem o cenário, pensado para estimular os sentidos sem interferências externas.

    restaurante em hotelAs Dolomitas, na Itália, são conhecidas como as “Montanhas Pálidas” por suas rochas ricas em dolomita, que mudam de cor ao entardecer

    A restrição ao uso de telefones é parte central da experiência. Não é permitido fotografar, filmar ou registrar qualquer detalhe do local, da iluminação natural do fogo ou dos pratos servidos. A ideia é que cada momento exista apenas na memória de quem está lá.

    Para chegar até o salão, os visitantes percorrem uma trilha pela floresta, que os afasta da área principal do hotel. Ao final do caminho, uma porta discreta leva diretamente ao interior da montanha, o que reforça ainda mais a sensação de isolamento e imersão.

    O espaço interno tem teto curvo sustentado por vigas de madeira e não conta com uma cozinha separada. Tudo acontece ao vivo para os visitantes, com o chef Roland Lamprecht e sua equipe preparando os pratos ao redor de um fogo aberto, bem no centro do ambiente.

    restaurante em hotelParte da experiência é percorrer uma trilha para chegar até o local

    Atmosfera intimista

    Com capacidade para apenas 16 a 18 pessoas, os convidados se sentam em troncos de árvores esculpidos, dispostos em círculo. O menu segue o conceito de “cozinha da floresta”, guiado exclusivamente pela estação e pelos ingredientes disponíveis na natureza ao redor.

    Frutas silvestres, brotos de abeto, urtigas, cogumelos, água de bétula e até líquens podem fazer parte dos pratos. Em alguns momentos, os visitantes recebem utensílios feitos sob medida. Em outros, são instruídos a comer com as mãos, pois o objetivo é também criar uma conexão direta com a comida.

    As bebidas acompanham a mesma filosofia. Produzidas na própria casa, passam por fermentação natural e são servidas em harmonizações pensadas para cada etapa da refeição, sem rótulos ou apresentações formais.

    restaurante em hotelRoland Lamprecht é o chef da casa

    Esse também é o primeiro restaurante do hotel aberto a pessoas que não estão hospedadas, o que aumentou significativamente a procura. Sem fotos, sem mensagens e sem notificações, a experiência se constrói na presença — e termina sem deixar um único registro digital, somente na memória.

    Para quem quer desfrutar de um momento como esse, é preciso abrir o bolso. Sem nenhuma surpresa, o valor acompanha o caráter exclusivo da proposta. O jantar custa 650 euros por pessoa (cerca de R$ 4.200), com três turnos de serviço, que acontecem de terça a sábado.