O assessor presidencial russo, Yuri Ushakov, afirmou nesta terça-feira (2/12) que a reunião entre o presidente Vladimir Putin e a delegação norte-americana, composta pelo enviado especial Steve Witkoff e pelo conselheiro informal Jared Kushner, foi “útil e construtiva”, apesar de críticas a alguns trechos do plano de paz dos Estados Unidos para a Ucrânia.
O encontro, que durou quase cinco horas no Kremlin, concentrou-se nos pontos centrais do plano norte-americano, sem avançar para propostas específicas.
Moscou recebeu, ainda, quatro documentos adicionais, além do plano inicial de 28 pontos apresentado por Trump. Segundo Ushakov, Putin se mostrou disposto a concordar com algumas partes do plano, mas outros aspectos receberam críticas da Rússia.
“Nenhum acordo foi alcançado ainda, e uma reunião entre os líderes russo e americano não está planejada no momento”, disse Ushakov aos jornalistas.
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Ele acrescentou que as partes expressaram disposição de continuar trabalhando juntas para alcançar um acordo, e que o progresso dessas negociações determinará a possibilidade de um encontro direto entre Putin e Trump.
Símbolo da paz
O representante especial do Kremlin, Kirill Dmitriev, destacou em postagem — com direito a emoji de pomba branca — ao lado de Witkoff que a reunião foi “produtiva”, sinalizando esperança de avanços nas negociações. Após o encontro, o norte-americano seguiu para a Embaixada dos EUA em Moscou.
O Kremlin informou que não havia limite de tempo para as conversas, permitindo discussões detalhadas sobre diversas opções de acordo. Rússia e Estados Unidos concordaram em manter sigilo sobre o conteúdo das conversas e conduzir futuras negociações por meio de assessores e representantes do Ministério das Relações Exteriores.
As conversas em Moscou dão continuidade às discussões realizadas na Flórida no domingo (30/11), que envolveram Witkoff, Kushner, o senador Marco Rubio e a equipe ucraniana liderada por Rustem Umerov.
Paralelamente à diplomacia, Moscou anunciou avanços militares no leste da Ucrânia, afirmando ter assumido o controle das cidades estratégicas de Pokrovsk e Vovchansk. Kiev contesta as alegações, citando exageros russos e dificuldades com desgaste das linhas de defesa e mobilização das tropas.
