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Saiba como grandes eventos como o Rock in Rio chegam ao sucesso

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Saiba como grandes eventos como o Rock in Rio chegam ao sucesso

O que o público vê em um grande festival de música é o palco e os artistas. O que quase ninguém vê ou imagina é a engrenagem que sustenta cada detalhe desses megaeventos, que vai desde o planejamento à execução da operação. Esse lado invisível foi tema do painel “Por trás de grandes festivais de música”, que reuniu mais de 300 pessoas nesta segunda-feira (15/12) durante o evento “Rio que encanta o mundo”.

Com oferecimento do Governo do Rio de Janeiro, o encontro contou com a participação de Luis Justo, CEO do Rock in Rio, e de Rodrigo Castro, gestor de grandes eventos do Governo do Rio de Janeiro. Com mediação da jornalista do Metrópoles Vanessa Oliveira, os convidados discutiram desafios, aprendizados e impactos de transformar grandes ideias em festivais capazes de projetar o Rio e o Brasil no cenário internacional.

Planejamento que começa anos antes

À frente de uma das maiores marcas de entretenimento do Brasil, Luis Justo explicou que uma edição do Rock in Rio começa a ser pensada cerca de dois anos antes. Segundo ele, o trabalho vai muito além do line-up e envolve saúde, segurança, mobilidade, tecnologia, comunicação, patrocínios e integração com governos.

“São mais de 9 mil linhas de atividades para tudo convergir durante os sete dias de festival. A gente pensa na curadoria dos palcos, em novas experiências imersivas e em como garantir que o público saia com memórias lindas”, afirmou.

Com 40 anos de história, o Rock in Rio, segundo Justo, se reinventa a cada edição. “O melhor Rock in Rio será sempre o próximo”, ressaltou o executivo, destacando que cada festival termina com relatórios detalhados que registram oportunidades para evoluir.

Justo também relacionou a complexidade do evento ao papel da liderança. “Nossa marca tem que estar conectada com um propósito – experiências inesquecíveis por meio da música e do entretenimento”, explicou. “Meu papel é garantir que essa cultura e esses valores estejam presentes. É desafiador e exige inteligência emocional, mas não podemos perder o norte da nossa história, que tem um propósito genuíno.”

Calendário permanente e integração de órgãos

Do ponto de vista do governo, Rodrigo Castro frisou que a preparação para receber grandes eventos não se limita a datas específicas, mas faz parte de um calendário permanente, que envolve órgãos públicos e a prefeitura do Rio.

“O nosso papel como Poder Público é pensar um pouco além. O evento não acontece só dentro dos palcos, mas em tudo que está ao redor. O que ninguém vê são dezenas de reuniões, articulações e planejamentos para que tudo funcione”, ponderou.

Segundo Castro, o Rio vem se consolidando como uma “expertise” em planejamento e operação de megaeventos, fruto de um trabalho contínuo. “A preparação nunca para. A gente entrega um evento olhando erros e acertos e já aprimora pensando no próximo. É assim há pelo menos seis anos.”

Esse esforço, de acordo com o gestor, tem reflexos diretos no turismo e na economia. “Batemos recentemente a marca de 2 milhões de turistas internacionais, um número inédito, que é reflexo de um calendário bem elaborado e integrado.”

Festivais como vitrine global e motor econômico

Durante o painel, os convidados reforçaram que festivais viraram vitrines globais, funcionando como instrumentos de soft power para o Rio e para o Brasil.

Luis Justo apresentou números que evidenciam o peso do setor: hoje, a indústria de eventos representa cerca de 5% do PIB brasileiro, movimentando aproximadamente R$ 300 bilhões.

“Só o Rock in Rio gera um impacto de quase R$ 3 bilhões na economia, movimentando hotelaria, gastronomia, transporte e outros setores. Durante o festival, chegamos a 95% de ocupação hoteleira na cidade do Rio”, destacou.

Para ele, o nome do evento também amplia a projeção internacional. “O Rock in Rio carrega o nome da cidade. Ajuda a posicionar o Rio como uma marca global de excelência, sustentabilidade, acessibilidade e produção.”

Rodrigo Castro complementou destacando que, para o governo, o soft power é um dos maiores ativos gerados pelos grandes eventos.

“Quando você abre os jornais do mundo após shows como Madonna ou Lady Gaga, com mais de um milhão de pessoas reunidas, isso vira o maior ativo para atrair turistas e investimentos para o estado do Rio”, exemplificou.

Segundo ele, estudos em parceria com a Fundação Getulio Vargas indicam que, a cada real investido em cultura e economia criativa, mais de R$ 6 retornam aos cofres públicos. “É por isso que seguimos investindo nesse calendário. Os grandes eventos mostram que o Rio é seguro, inovador e preparado para receber grandes públicos.”

Bastidores que o público não vê

Na parte final do painel, Luis Justo compartilhou um dos momentos mais críticos já enfrentados pelo Rock in Rio: o cancelamento de um show da Lady Gaga em plena montagem do palco.

“Em 48 horas, substituímos a artista, oferecemos reembolso, refizemos a comunicação e ainda montamos um esquema de acolhimento para os fãs, com psicólogos e ambulâncias. São bastidores que o público nem imagina”, contou.

Spoilers para os próximos anos

Para o futuro, Rodrigo Castro antecipou novidades no calendário cultural do estado. Entre elas, a criação de uma fan fest oficial do Carnaval, reunindo todas as escolas do grupo especial já a partir de janeiro, além da confirmação de um novo grande show internacional, com artista do mesmo porte de Madonna ou Lady Gaga.

“O ano de Rock in Rio é sempre especial, e a próxima edição deve dialogar com todas as gerações, de artistas como Stray Kids a Elton John”, prometeu.

Ao encerrar, Castro celebrou o momento histórico do turismo fluminense e deixou um recado aos produtores culturais. “O Rio atingiu um número inédito de turistas internacionais e está de braços abertos para receber novos projetos. Seja cultura, entretenimento ou negócios, o Poder Público está pronto para apoiar.”

Veja todo o evento “Rio que encanta o mundo”:

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