O BRB anunciou, na terça-feira (2/12), que a apuração de supostas irregularidades em negócios com o Banco Master contará com o apoio da Kroll Associates Brasil. Considerada uma das maiores empresas de investigação empresarial do mundo, a Kroll já prestou serviços para diferentes empresas brasileiras e contribuiu com apurações do Congresso Nacional.
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Foram, ao menos, duas ocasiões em que a Kroll participou de investigações promovidas por parlamentares. Durante a CPI do Caso PC Farias, na década de 1990, a multinacional investigou o esquema de corrupção que levou à renúncia do então presidente Fernando Collor.
Outro episódio foi na CPI da Petrobras, em 2015. Naquela época, a contratação, feita pela Câmara dos Deputados, teve como objetivo rastrear e identificar ativos desviados para contas no exterior por pessoas envolvidas no esquema de corrupção da estatal.
Em 2023 a Kroll foi contratada pelo Bradesco para realizar uma perícia em documentos relacionados ao caso da Americanas. No mesmo ano, conduziu uma investigação sobre possível corrupção dentro do Banco do Pará (Banpará).
Em 2018, a Kroll foi contratada pelo Palmeiras após o time ter sido derrotado pelo Corinthians na final do Campeonato Paulista. O Palmeiras buscava reunir provas de que a arbitragem recebeu informações de fora – o que é proibido – para rever a decisão de uma marcação de pênalti.
Os investigadores apontaram contradições em depoimentos e o uso de celular por membros da arbitragem na cabine de vídeo (VAR), o que na época era proibido. O resultado do campeonato, no entanto, foi mantido.
A Kroll entrou na mira da PF em meio a um dos episódios mais notórios de suspeita de escutas ilegais — os famosos grampos — do país. De acordo com as denúncias, a empresa, após ter sido contratada pela Brasil Telecon — então controlada pelo Opportunity, de Daniel Dantas –, teria espionado ilegalmente executivos da Telecom Italia.
A suspeita de que o número de pessoas grampeadas ilegalmente era maior levou à criação da CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas (também conhecida como CPI do Grampo), em 2008. A CPI chegou a investigar se a Kroll realizou escutas e interceptações clandestinas de autoridades, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O processo criminal teve desdobramentos complexos. Em 2011, a Justiça Federal derrubou as acusações contra funcionários da Kroll em um dos processos, por considerar a denúncia inepta. Em 2012, Daniel Dantas e outros 11 réus foram absolvidos de acusações relacionadas à Operação Chacal.
