A morte de Brigitte Bardot, aos 91 anos, reacendeu um debate que há anos acompanha o nome da atriz francesa: afinal, para onde foi a fortuna construída por uma das maiores estrelas do cinema europeu? Ícone absoluto das décadas de 1950 e 1960, Bardot escolheu um caminho incomum para todo o dinheiro acumulado.
Após abandonar definitivamente o cinema no início dos anos 1970, Brigitte Bardot passou a dedicar sua vida à defesa dos direitos dos animais. A mudança não foi apenas simbólica. Grande parte dos ganhos obtidos com filmes, contratos publicitários e direitos de imagem foi direcionada à manutenção da Fundação Brigitte Bardot, criada em 1986 e considerada uma das mais influentes da Europa no setor.
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Atriz Brigitte Bardot foi ferrenha ativista em defesa da causa animal
Segundo o biógrafo Yves Bigot, que acompanhou de perto a trajetória da artista, a relação de Bardot com a fundação foi tão intensa que ela chegou a comprometer bens pessoais para garantir a continuidade dos projetos. Em momentos de dificuldade financeira, a atriz hipotecou La Madrague, sua casa em Saint-Tropez, para sustentar resgates, abrigos e campanhas internacionais.
Brigitte Bardot
Getty Images
A ativista animal em 2001
Charly Hel/Prestige/Getty Images
Brigitte Bardot no Copacabana Palace em 1964
Arquivo/O Globo
Além disso, Bardot abriu mão de objetos de valor afetivo e histórico. Ao longo dos anos, promoveu leilões beneficentes nos quais vendeu itens como o vestido usado em seu casamento e joias adquiridas durante a temporada em que viveu no Brasil, entre 1964 e 1965. Todo o dinheiro arrecadado foi revertido para a causa animal.
Esse engajamento extremo impactou diretamente o volume da herança deixada ao único filho, Nicolas Charrier. De acordo com Bigot, o patrimônio financeiro remanescente é limitado, uma consequência direta da decisão da atriz de priorizar o ativismo em detrimento da acumulação de bens.
