Embora tenha a maior rede de ciclovias do país em números absolutos, com 737 km, a cidade de São Paulo fica apenas em oitavo lugar no ranking de capitais quando se compara o tamanho da malha viária de cada cidade.
As vias exclusivas para bicicletas representam apenas 3,7% do total de ruas e avenidas da capital paulista, segundo o levantamento realizado pela Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas) e divulgado nesta quinta-feira (4/12).
A associação traz, pela primeira vez, um ranking que leva em consideração a proporção de ciclovias em relação à malha viária. Para isso, foram cruzados os dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) com o levantamento realizado por meio do OpenStreetMap.



Ciclovia em São Paulo
William Cardoso/Metrópoles
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O primeiro lugar no ranking de capitais com maior proporção de ciclovias fica com Fortaleza (CE), que tem 8,3% da sua malha viária dedicada exclusivamente para bicicletas. Em seguida, Salvador, com 7,1%. Segundo o diretor executivo da Aliança Bike Luiz Saldanha, seria importante que cada cidade tivesse, no mínimo, 10% de vias segregadas para bikes.
Veja o ranking das 10 mais em proporção da malha viária
- Fortaleza (CE): 8,3%
- Salvador (BA): 7,1%
- Florianópolis (SC): 6,9%
- Vitória (ES): 5,4%
- Belém (PA): 4,9%
- Recife (PE): 4,5%
- Aracaju (SE): 4,3%
- São Paulo (SP): 3,7%
- Distrito Federal: 3,4%
- João Pessoa (PB): 3,0%
Vale ressaltar que Fortaleza tem malha viária total de cerca de 6.000 km. Já a capital paulista conta com aproximadamente 20.000 km de ruas e avenidas.
Veja o ranking das 10 mais em números absolutos
- São Paulo (SP): 737 km
- Distrito Federal: 626,5 km
- Fortaleza (CE): 477,6 km
- Rio de Janeiro (RJ): 319,4 km
- Salvador (BA): 308,59 km
- Florianópolis (SC): 160,58 km
- Curitiba (PR): 155,73 km
- Belém (PA): 150,58 km
- Recife (PE): 132,25 km
- Belo Horizonte (MG): 116,28 km
Referência
Diretor executivo da Aliança Bike, Luiz Saldanha afirma que quando São Paulo “faz algum movimento, o Brasil inteiro sempre para e olha para ver como está funcionando”. E, nesse sentido, é importante manter um ritmo de crescimento da rede cicloviária na capital paulista.
Saldanha afirma que a ampliação das ciclovias em São Paulo teve uma redução, quando a capital paulista é comparada a outras grandes cidades que avançaram bastante no período analisado, como Fortaleza e Brasília.
“É um sinal de alerta para que a gente consiga observar se, nos próximos anos, vai continuar diminuindo a evolução ou se vai ter um acréscimo, se vai voltar a crescer como estava antes para atingir as metas que eles [Prefeitura de São Paulo] tinham estabelecido”, afirma.
O Plano de Mobilidade (PlanMob) previa 1.800 km de ciclovias até 2028 em São Paulo, uma meta pouco factível diante do que a prefeitura entregou até o momento, já no fim do primeiro ano do segundo mandato de Ricardo Nunes (MDB).
Além dos números
Uma auditoria cidadã foi realizada pela vereadora Renata Falzoni (PSB) nas ciclovias de São Paulo neste ano e apontou uma série de problemas na infraestrutura cicloviária já instalada na capital. Mais de 100 voluntários percorreram a rede ao longo de seis meses.
Entre os resultados, a auditoria constatou que 17% dos trechos têm largura inferior ao que está previsto no Manual de Sinalização Urbana da Companhia de Engenharia de Tráfego. A sinalização horizontal foi considerada em estado muito precário ou ruim em 18%.
Em alguns pontos da cidade, a ciclovia vira uma “ciclolinha”, como é o caso da Rua Butantã, nas proximidades da esquina com a Eugênio de Medeiros, na lateral da Ponte Bernardo Goldfarb, em Pinheiros.
Trata-se de um trecho curto. Existe a sinalização de que no sentido centro há uma ciclorrota, mas de ciclovia mesmo só há um fiapo, em direção à Ciclopassarela Jornalista Erika Sallum, sobre a guia de pavimento irregular. O entregador Raí Soares da Silva, de 21 anos, passa pelo local frequentemente e lamenta. “Isso aqui é uma vergonha”, diz.
Também entregador, Vinicius Soares, de 27 anos, circula bastante pela região da Avenida Paulista e diz que seria praticamente impossível fazer entregas por lá, caso não houvesse a ciclovia no local.
Soares expõe as diferenças entre os bairros ricos da capital paulista e a periferia, algo que atinge também a mobilidade urbana.
A comparação entre a Paulista e a região onde mora, no Parque América, perto do Autódromo de Interlagos, é desigual. “Aqui [na Paulista], a qualidade não é igual a de lá. Já não está excelente, então imagine como é no nosso bairro”, afirma.
Ciclovias e ciclofaixas compõem o estudo
Embora cite ciclovias, o termo mais comum, o estudo leva em consideração tanto essas, quanto as ciclofaixas, como estruturas segredadas para a circulação de bicicletas. Trata-se da rede cicloviária.
Segundo o Anexo I do Código de Trânsito Brasileiro, a ciclovia é uma “pista própria destinada à circulação de ciclos, separada fisicamente do tráfego comum”.
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Já a ciclofaixa é “parte da pista de rolamento destinada à circulação exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização específica”.
Como exemplo, a Aliança Bike afirma que as ciclovias podem contar, entre outros, com grades de separação e até mesmo altura diferente da via por onde passam os demais veículos.
Por sua vez, as ciclofaixas estão na mesma pista de rolamento dos veículos, são pintadas e contam com tachões, balizadores e placas como delimitadores do espaço exclusivo para bicicletas.




