Os exames de praxe concluíram ontem à tarde que Bolsonaro estava apto para ser operado pela oitava vez desde a facada que levou na véspera do 7 de setembro de 2018 em Juiz de Fora.
Consta do seu prontuário:
Emergência e Correção (2018): Duas cirurgias;
Reconstrução do Trânsito Intestinal (2019): Retirada da bolsa de colostomia (janeiro/2019);
Correção de Hérnia Incisional (2019): Procedimento no abdômen (setembro/2019).
Retirada de Cálculo na Bexiga (2020): Operação realizada em setembro de 2020;
Desobstrução Intestinal (2025): Uma cirurgia de 12 horas realizada em abril de 2025;
Complicações da Facada (2025): Uma sétima cirurgia também em abril de 2025.
A cirurgia marcada para hoje tem a ver com uma nova Hérnia Abdominal. O procedimento visa tratar tecidos fragilizados pelas múltiplas operações anteriores.
Bolsonaro nunca foi um paciente disciplinado. Nunca cumpriu exatamente as ordens dos seus médicos. E fez de cada cirurgia um espetáculo político para aumentar sua popularidade.
Desta vez será diferente, segundo fixou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Nada de entrevistas enquanto estiver internado. Nada de celulares no quarto.
Dê-se por feliz com um tratamento só dispensado a presos especiais. A lei faz de conta que é igual para todos, mas de fato não é. Ela distingue entre ricos e pobres, entre poderosos e sem poder.
Condenado a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado, Bolsonaro cumpre a pena em uma sala da Polícia Federal com direito a uma boa cama, banheiro privativo, frigobar e televisão.
Preso comum recebe cuidados médicos onde estiver preso – salvo se ali não houver assistência médica à altura da gravidade do seu estado de saúde. Preso especial pode ser atendido em um hospital.
Pode muitas outras coisas. Por exemplo: Bolsonaro passou a noite de Natal ao lado da sua mulher, Michelle, e do seu filho Carlos, vereador, o ex-chefe do gabinete do ódio durante o governo do pai.
No começo da noite, Flávio, o senador, aspirante a candidato a presidente da República em 2026, esteve com Bolsonaro e relatou que ele parecia ansioso, embora bem. É natural.
Segundo Flávio, Bolsonaro escreveu uma carta de próprio punho, uma espécie de “desabafo”, que será lida por ele momentos antes do início do procedimento cirúrgico, na porta do hospital DF Star:
– É uma espécie de desabafo e um comunicado ao povo brasileiro, que vou ler. Eu me emocionei muito ao ler, é um pedido dele. Meu pai está ansioso, nervoso pela cirurgia, o que é normal, nessas condições pré-operatórias. Por incrível que pareça, ele está melhor aqui, no hospital, ao lado da família, na véspera de uma cirurgia, do que estaria na Superintendência da Polícia Federal sozinho.
Estima-se que Bolsonaro fique internado de 5 a 7 dias. A família reza para que depois ele possa cumprir a pena em casa. Vai depender de Moraes.
Este blog deseja saúde e uma vida longa a Bolsonaro para que pague pelo que fez de mal ao Brasil e aos brasileiros.
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