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    Selic: em tom duro, Copom cita risco fiscal e não descarta nova alta

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    O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou, nesta terça-feira (16/12), a ata referente à reunião de dezembro. O colegiado enxerga cenário externo ainda incerto, mesmo após os Estados Unidos baixarem a guarda em tarifas e cita “esmorecimento” no esforço de reformas estruturais que contribuam para a “disciplina fiscal” do governo.

    Na ata, o colegiado ainda não descarta uma eventual retomada da elevação da taxa, que está em 15%. “O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que, como usual, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, diz trecho da ata.

    Entenda a situação dos juros no Brasil

    • A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação.
    • Os integrantes do Copom são responsáveis por decidir se vão cortar, manter ou elevar a taxa Selic. Uma vez que a missão do BC é controlar o avanço dos preços de bens e serviços do país.
    • Ao aumentar os juros, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país.
    • Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para consumidores e produtores.
    • Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula e o mandato de Galípolo à frente do BC.

    Selic em 15% ao ano

    Na ata, o comitê explica os motivos que levaram ao fim do ciclo de altas na taxa básica de juros, a Selic. A taxa foi mantida em 15% ao ano, pela quarta vez consecutiva.

    O ciclo de aperto monetário teve início em setembro do ano passado, quando o comitê decidiu interromper o ciclo de cortes e elevar a Selic, que passou dos então 10,50% ao ano para 10,75% ao ano.

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    A Selic está no patamar mais elevado em quase 20 anos. Conforme dados da série histórica, a taxa de juros é a maior desde julho de 2006, época do fim do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Calendário das reuniões do Copom em 2026

    27 e 28 de janeiro
    17 e 18 de março
    28 e 29 de abril
    16 e 17 junho
    4 e 5 de agosto
    15 e 16 de setembro
    3 e 4 de novembro
    8 e 9 de dezembro.

    Em atualização.