O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, disse que a aliança pretende gastar bilhões por mês em armas para a Ucrânia no próximo ano. A declaração aconteceu nesta quarta-feira (3/12), um dia após a Rússia rejeitar pontos do acordo para o fim do conflito no Leste Europeu.
“Para o próximo ano, precisaremos de muito dinheiro, pelo menos UD$ 1 bilhão, talvez até um pouco mais, por mês”, disse Rutte antes da reunião de chanceleres da Otan em Bruxelas, na Bélgica.
A fala do chefe da Otan surge em meio à uma reformulação recente nas políticas da aliança, que passou a ser a principal financiadora da Ucrânia no conflito com os russos após a chegada de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos — e da queda do apoio norte-americano ao país liderado por Volodymyr Zelensky.
De acordo com lideranças europeias, fortalecer a Ucrânia também significa proteger os membros da Otan de possíveis ameaças futuras vindas da Rússia.
O jogo geopolítico envolvendo a guerra entre ucranianos e russos — e seus reflexos para nações europeias — mudou em janeiro, quando Trump assumiu a Casa Branca pela segunda vez.
Como prometido durante a campanha presidencial, o atual presidente norte-americano afastou os EUA da aliança militar, duramente criticada por ele pela falta de investimento de outros países membros no setor de defesa. Além disso, Trump vê como injusto o financiamento da própria Otan, majoritariamente bancado pelo país que comanda.
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Plano de paz travado
Na esteira das negociações de paz sobre a Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniu por cerca de cinco horas com Steve Witkoff, enviado especial de Trump, para discutir a proposta dos EUA.
Apesar da longa reunião em Moscou, alguns pontos do acordo foram vistos como “inaceitáveis” pelo lado russo.
No mesmo dia, Putin acusou aliados europeus da Ucrânia de dificultarem as negociações, e de estarem “do lado da guerra”. O líder da Rússia ainda revelou que seu país não tem quer entrar em conflito direta com outros vizinhos, mas está preparado.
“Não temos intenção de entrar em guerra com a Europa, já disse isso centenas de vezes. Mas se a Europa de repente decidir lutar contra nós e começar, estamos prontos agora mesmo”, disse Putin antes da reunião em Moscou.
