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    Sem susto, nem saia justa. De havaianas (por Tânia Fusco)

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    Que os Deuses de cada um, a cada um abençoe – muito, exageradamente. A favor de paz e de bem querer.

    Que o bem querer vire lei. Não só palavras, mas sentimento forte, propósito daqueles que são pra valer. E que, valendo, nos tome inteiros – coração, cabeça, tronco e membros.

    Que 2026 venha sem os tantos assombros e assombrações que nos assustaram em 2025.

    Que a nossa democracia siga resistindo. Sem os tantos “apesar-de”. Que esses se aquietem em seus soluços contínuos – saudosismo de um passado nada memorável.

    Que chova no tanto certo só pra fazer brotar lavouras que levam comida para as mesas – dos que mais precisam e até dos que muito já têm. Que esses reduzam a gulodice de querer sempre além do necessário.

    Que as grandes mudanças, prometidas nas previsões para 2026, sejam por mais e melhores dias – pra todas e todos. Em todas as partes desta terra redonda, que nos abriga ainda de formas tão distintas e tão injustas.

    Que a vida e as Cortes sejam mais justas. Sem qualquer saia justa – ainda que de elastano. Sem apertos, nem sustos, por favor!

    Que o calor amenize no ponto de trazer conforto, sem derreter geleiras, nem pessoas.

    Que a gente compreenda: mudanças climáticas são avisos de que assim o planeta não dá conta de seguir nos abrigando, amigavelmente. A natureza chora nas tempestades. Grita nos tsunamis. Derrete nas queimadas. Pede socorro.

    Por nós e os que ainda crescem, pelos que virão, bora respeitar e cuidar, com carinho, das vidas no mundo em que vivemos?

    Que 2026 seja o ano da concordância. Sim, vamos tratar com muito mais amor os vivos, a terra, as águas e o ar.

    Que o amor, que um dia existiu, não motive ódio capaz de matar. Que o Brasil não chore mais por moças como Tainara, Vitória, Bruna, Isabele, Evelin, Joyce…

    Que deuses, orixás, santas e santos protejam as mulheres da brutalidade dos homens assassinos. Que salvem as crianças de abusos e abandonos.

    Que a ciência siga encontrando receitas para curas. Todas.

    Que a IA não seja desgraça, mas avanço do conhecimento humano em favor da nossa sagrada humanidade.

    Que a disputa eleitoral seja limpa. Sem atropelos. Livre dos silvineis. Amém.

    RIP pro Trump.

    Que 2026 venha com tudo de muito bom. E seja um zerar de dores, desentendimentos, raivas e guerras.

    Que nossa maior luta seja por paz.

    Que nossos pedidos, ainda que assim simplórios, pequenos ou grandes, não   caiam no reino do impossível.

    Boas entradas. Com os dois pés. De havaianas.

    E sem fogos de artifício, por favor.

    Feliz Ano Novo!