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    Semana de fogo: Flávio candidato e STF “blindado”

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    Em uma semana marcada por reviravoltas no cenário político, Flávio Bolsonaro como pré-candidato à presidência e a tensão entre Senado e Supremo, marcaram o debate brasileiro.

    Política: A Escolha de Flávio Bolsonaro e o Racha na Direita

    A escolha de Jair Bolsonaro pelo seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, como seu herdeiro político para a disputa presidencial de 2026 teve grande repercussão. A confirmação foi feita pelo senador através de um pronunciamento pelas redes sociais

    A análise dos jornalistas no programa do Noblat desta sexta (5), aponta para um cenário de ceticismo e divisão:

    Falta de Carisma: entre os filhos, Flávio é o que possui menor carisma, enfrentando alta rejeição e possuindo “teto de vidro” devido a escândalos passados.

    Dilema de Tarcísio: A escolha por Flávio coloca o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em uma posição delicada. Considerado o nome favorito do mercado e da centro-direita, Tarcísio deve ser forçado a buscar sua reeleição, já que a família Bolsonaro prioriza um nome “puro-sangue” na liderança para garantir proteção jurídica e política

    Vantagem para Lula: A avaliação é que a candidatura de Flávio é o “cenário dos sonhos” para o atual presidente Lula, pois a polarização com um Bolsonaro radical, porém com menos apelo popular que o pai, facilitaria a reeleição do petista.

    Economia: A Reação Negativa do Mercado

    A repercussão do anúncio foi imediata e negativa na Faria Lima. Segundo os analistas, o mercado financeiro, que majoritariamente apoia uma candidatura de Tarcísio de Freitas, reagiu mal à perspectiva de uma chapa liderada por Flávio Bolsonaro. O resultado observado foi a disparada do dólar e a queda da Bolsa, sinalizando a desconfiança dos investidores com a instabilidade política e a agenda bolsonarista.

    Comportamento: Eduardo Bolsonaro no Muro das Lamentações

    Enquanto Flávio assumia o protagonismo no Brasil, o deputado Eduardo Bolsonaro foi alvo de comentários por sua ida ao Muro das Lamentações, em Israel. A atitude foi interpretada pelos analistas como um gesto de desespero e busca por manter uma narrativa de perseguição, especialmente após a vitória de Trump nos EUA não ter se traduzido no apoio imediato que o clã esperava. O episódio foi ironizado como um pedido de socorro divino diante do cerco judicial no Brasil.

    Articulação Política: Alcolumbre x Lula

    Um movimento surpreendente no xadrez político foi o elogio público do senador Davi Alcolumbre ao presidente Lula durante um evento no Amapá. “Rompidos” politicamente, a mudança de postura de Alcolumbre gerou especulações sobre acordos de bastidores (“docinho por baixo da mesa”) e a liberação de recursos ou emendas, evidenciando o pragmatismo das relações entre o Executivo e o Legislativo.

    Judiciário: Gilmar Mendes e a Blindagem do STF

    O Ministro Gilmar Mendes foi pauta devido à sua decisão de restringir a legitimidade para pedidos de impeachment de ministros do STF, limitando-a à Procuradoria-Geral da República.

    A análise sugere que a medida não é apenas jurídica, mas uma blindagem política preventiva do Supremo diante do avanço de investigações que atingem parlamentares influentes.

    Negociação: A decisão é vista como uma forma de forçar uma negociação com o Congresso e frear o ímpeto de retaliação de parlamentares bolsonaristas.

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