Sergio Camargo volta a ocupar Brasília em grande escala: suas formas, antes contidas em ateliês e galerias, ganham agora um palco que respira luz e arquitetura. O Metrópoles transforma o Foyer da Sala Villa-Lobos, no icônico Teatro Nacional, em um cenário onde os cilindros, relevos e volumes do artista parecem conversar com o ambiente.
Batizada de “É Pau, É Pedra…”, a mostra abre as portas ao público de 10 de dezembro a 6 de março, com entrada gratuita, convidando visitantes a atravessarem um percurso sensorial que devolve Camargo ao centro do imaginário cultural brasileiro. A quem não sabe, o genial escultor tem uma relação antiga com o quadradrinho do Distrito Federal. Além da relação com o modernismo, é dele um painel finalizado em 1966 no Palácio do Itamaraty.
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As obras de Camargo já conquistaram Brasília desde os anos 1960, com um painel de mais de 25 metros no centro de convenções do Palácio do Itamaraty, no Ministério das Relações Exteriores.
Marcel Soares de Souza, Subchefe da Coordenação-Geral de Patrimônio Histórico do Ministério das Relações Exteriores, explica ao Metrópoles detalhes da obra e sua relação com a arquitetura do ministério.
“A obra do Sérgio Camargo é uma experiência em si. Ela brinca com o movimento e conversa diretamente com os princípios do modernismo que estruturam o Palácio”, destaca.
O profissional aponta que as obras de Camargo são monocromáticas. Toda a riqueza está no movimento e no jogo de luz e sombra — ele queria que nada distraísse o olhar desses elementos essenciais. “
Caminhar ao longo do muro escultórico é ter diferentes percepções do espaço. A arquitetura reorganiza o ambiente e a arte intensifica essa experiência.”
“Sérgio Camargo é um representante fundamental de um momento da arte brasileira que buscou criar uma identidade própria, sem ignorar o que se fazia lá fora”, explica. “Apesar da simplicidade aparente — blocos de concreto pintados de branco — é uma obra impactante. A experiência estética está justamente nesse contraste.”
Obra de Sergio Camargo
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Palácio do Itamaraty
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Jardim projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx no Itamaraty
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Obra de Camargo no Centro de Convenções do Ministério das Relações Exteriores
Gustavo Lucena / Metrópoles
Para Marcel, Camargo desejou, com sua obra, que o visitante se concentrasse na geometria, no movimento e na luz. A criação faz o público enxergar o espaço onde está inslalada de outra maneira.
“Sérgio Camargo é um representante da arte brasileira dos anos 1950 e 1960, um artista que ajudou a pavimentar a linguagem visual moderna que o Brasil apresenta ao mundo. Ela divide os espaços e, ao mesmo tempo, cria uma experiência. É estética e arquitetônica ao mesmo tempo”, reforça o diplomata.
Serviço
Exposição “É Pau, é Pedra…”, de Sergio Camargo, realizada pelo Metrópoles
Visitação de 10 de dezembro a 6 de março, no Foyer da Sala Villa-Lobos, no Teatro Nacional
