Os servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) voltaram a criticar a direção da instituição, atualmente comandada por Luiz Fernando Corrêa. A manifestação aconteceu nesta quarta-feira (3/12), um dia após a divulgação do relatório Desafio de Inteligência, que expõe uma situação crítica no órgão.
Em nota, a União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis), afirmou que os desafios atuais da agência são “na verdade muito maiores e preliminares à sua missão finalística”.
“A Agência encontra-se sequestrada e engessada por uma direção-geral externa, politicamente e gerencialmente incompetente, que permanece no cargo mesmo após ser indiciada pela Polícia Federal por obstrução da justiça e atos de assédio — fatos que comprometem gravemente o funcionamento, a autoridade e a credibilidade do órgão”, disse um trecho do comunicado.
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Além da direção, servidores da Abin apontam o orçamento do órgão — o menor nos últimos 14 anos, conforme a associação —, e a crise no sigilo de identidade de funcionários da instituição, como outros fatores que desafiam o serviço de inteligência no Brasil.
De acordo com a edição 2026 do relatório Desafios de Inteligência, a agência apontou que os principais desafios do setor para o próximo ano incluem: as eleições 2026, inteligência artificial (IA), interferência externa e crime organizado.
As novas declarações de servidores da Abin contra o atual diretor, o delegado da Polícia Federal (PF) Luiz Fernando Corrêa, se somam a outros episódios de insatisfação na condução do órgão.
A crise na Abin se instalou em 2023, quando a instituição saiu da mão dos militares e passou a ser vinculada à Casa Civil.
