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    Silvinei deixou o próprio carro circulando para tentar despistar PF

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    Em uma tentativa de despistar a Polícia Federal (PF), o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, alugou um carro para deixar o Brasil enquanto o veículo que usava normalmente (um Jeep Renegade) circulava pelas ruas de cidades de Santa Catarina (SC). Silvinei foi preso pela polícia paraguaia nesta sexta-feira (26/12), tentando embarcar no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, com destino ao Panamá.

    De acordo com relato na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a Polícia Federal informou na madrugada dessa quinta (25/12) que a tornozeleira eletrônica de Silvinei ficou sem sinal de GPS, possivelmente em motivo do término da bateria do dispositivo.

    Diante disso, uma equipe da PF compareceu à residência de Silvinei, no município de São José (SC) para verificar o descumprimento da medida cautelar. No local, as autoridades subiram até o apartamento do ex-diretor da PRF, porém ninguém atendeu. Então, os policiais foram até o estacionamento e também não acharam o veículo de Silvinei, um Jeep Renegade branco.

    Ao aprofundar a investigação, as autoridades consultaram o Detran e constataram que o carro de Silvanei estava em nome de terceiros e, inclusive, estava circulando pelas vias da Grande Florianópolis quando os agentes tentaram localiza-lo. Após mais investigações e com o auxílio da câmera de segurança no condomínio, a PF concluiu que Silvinei havia alugado um Polo para ir ao Paraguai.

    “Foi possível identificar que Silvinei Vasques estaria utilizando o VW/Polo Prata, placas TXF2G54, em nome da empresa Localiza (veículo possivelmente alugado). Dessa forma, pode-se afirmar que o Réu esteve no local pelo menos até as 19h22min do dia 24/12/2025, quando não foi mais visto entrando ou saindo de carro”, informa o relatório da PF.

    Para a PF, Silvinei tentou se aproveitou estrategicamente do feriado de Natal para tentar fugir.

    Plano de fuga mal-sucedido

    Tendo em vista o planejamento de ir ao Paraguai para pegar um voo e se mudar para El Salvador, Silvinei colocou pertences e até seu pitbull no Polo em que alugou.

    “Pela sequência de imagens, às 19h06 aproximadamente ele colocou bolsas no porta-malas do carro (não eram malas); novamente, aproximadamente às 19h14min colocou mais coisas no banco de trás (inclusive ração e muitos sacos de tapete higiênico para cães), pelo lado do passageiro; e, aproximadamente às 19h22min, foi para o carro carregando potes comedouros (para ração) e conduzindo um cachorro (aparentando ser da raça pitbull), e saiu”, comunicou a PF na decisão.

    Silvinei viajou por meios terrestres possivelmente para evitar aeroportos e controles migratórios mais rigorosos, visto que, se fosse visto embarcando em um aeroporto do Brasil,rapidamente seria preso. No entanto, ele tentou embarcar com o passaporte falso para o Panamá, de onde seguiu para El Salvador, mas foi preso pela polícia paraguaia antes de fugir.

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    Silvinei foi condenado na trama golpista por ter usado a estrutura da PRF para interferir no processo eleitoral, com operações que teriam dificultado o deslocamento de eleitores, sobretudo no Nordeste. A prisão definitiva dele, para o cumprimento da pena ainda não foi decretada.