O vereador Pedro Rousseff (PT-MG) solicitou ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, a instauração de processo disciplinar contra Eduardo Bolsonaro, que segue vinculado ao cargo de escrivão da PF. Na petição, o parlamentar afirma que o filho do ex-presidente incentivou publicamente a fuga de pessoas condenadas por atos antidemocráticos, conduta considerada incompatível com as atribuições de um servidor da carreira policial.
Rousseff cita decisões judiciais que apontam Eduardo Bolsonaro como parte de uma estratégia de evasão do território nacional, alinhada às ações dos deputados Alexandre Ramagem e Carla Zambelli, e menciona indícios de articulações para obtenção de asilo político no exterior. Segundo ele, esses elementos caracterizam o comportamento do deputado como associado ao planejamento de fuga.
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O vereador também sustenta que Eduardo Bolsonaro permanece sujeito às normas disciplinares da Polícia Federal e que suas declarações públicas configurariam estímulo moral e psicológico à evasão de investigados, violando deveres institucionais da carreira policial.
Entre as declarações públicas citadas no documento, consta que Eduardo Bolsonaro disse que “é justo que todas as pessoas do 8 de Janeiro fujam de uma pena injusta” e que “vale a pena lutar pela liberdade”, posicionamento que, segundo Rousseff, reforçaria a acusação de incentivo à evasão.
“Eduardo Bolsonaro articula de forma traiçoeira contra o próprio país, inclusive abandonando seu mandato parlamentar”, escreve o vereador no documento.
Rousseff acrescenta que incentivar fugas e, eventualmente, colaborar em ações para obtenção de asilo configura infração disciplinar passível de demissão, por representar facilitação à evasão de pessoas sob jurisdição penal.
