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    SP tem surto de placas adulteradas, e prefeitura avança em apreensões

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    A prefeitura de São Paulo conseguiu avançar no combate às placas adulteradas no trânsito paulistano. Depois de abrir com ano com uma média de menos 7 apreensões por mês no primeiro semestre, vai fechar 2025 tendo apreendido 125 veículos com placas falsificadas em outubro e 143 em novembro. Em dezembro, eram 65 até a última contabilidade.

    O avanço, de acordo com a gestão Ricardo Nunes (MDB), está relacionado a duas medidas. A primeira delas é que, desde agosto, o Smart Sampa conta com 100 câmeras com a tecnologia OCR, embarcadas em 100 motos da Guarda Civil Municipal (GCM) e da Polícia Militar. Essas câmeras realizam a leitura automatizada de placas de veículos durante o deslocamento e cruzam essas informações com bancos de dados de segurança pública. Em menos de um minuto o Sistema Córtex (banco de dados federal) identifica uma irregularidade  e notifica a equipe, que pode fazer a abordagem rapidamente.

    A segunda é o pagamento de um bônus de R$ 1 mil para equipes que apreenderem motos furtadas, roubadas ou com placas adulteradas. De acordo com a prefeitura, as duas ações, somadas, permitiram que um aumento “significativo” no número de apreensões, que até o meio do ano eram irrisórias quando considerada a capilaridade do Smart Sampa e o tamanho do problema.

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    “Registramos, por mês, 5 mil ocorrências de placas falsas circulando em São Paulo por conta do Smart Sampa”, disse recentemente o prefeito Ricardo Nunes, detalhando que apenas 18% das infrações de trânsito em semáforos se convertem em multa em São Paulo. “Ele [o motociclista] põe um adesivo na placa, põe a mão na placa, usa essas placas adulteradas..”

    A placa adulterada é diferente da placa clonada, uma vez que ela não existe no sistema dos órgãos de trânsito. Quando um carro com placa adulterada passa por um radar de velocidade, por exemplo, a infração é identificada mas não se transforma em multa, porque o sistema não reconhece o veículo ou o condutor, já que a placa não existe. Nunes tem citado essa dificuldade de punição quando questionado sobre o aumento no número de mortes na Faixa Azul.

    No Smart Sampa, essa identificação é feita a partir do software LPR (Reconhecimento de Placa Veicular), equivalente do TRF (Tecnologia de Reconhecimento Facial), que é o que permite a identificação de pessoas procuradas/foragidas e desaparecidas Até julho, porém, o serviço era consideravelmente mais efetivo para localizar pessoas do que veículos, apesar do alto número de infrações cometidas com placas adulteradas.

    Segundo o último balanço, publicado às 10h deste dia 22 de dezembro, o Smart Sampa capturou 2.547 foragidos, prendeu 2.229 pessoas só em 2025 e já fez 3.650 prisões em flagrantes. Mas as ocorrências com veículos — entre carros furtados, roubados e com placas adulteradas — estavam em 1.586 já após o grande avanço no número de apreensões no segundo semestre.

    A prefeitura tem cobrado que o Denatran retome a exigência dos lacres metálicos nas placas, especialmente em motocicletas, que deixaram de ser obrigatórias nas placas “modelo Mercosul”, o que permite a rápida substituição das placas falsificadas pelas originais durante uma abordagem policial.