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    Superquarta: Brasil e EUA divulgam taxa de juros com pressão por queda

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    O Banco Central (BC) e o Federal Reserve (FED), autoridade monetária dos Estados Unidos, vão decidir nesta quarta-feira (10/12) o patamar da taxa de juros dos países, que está em 15% ao ano no Brasil e de 3,75% a 4% ao ano nos EUA.

    O mercado financeiro espera que o FED continue com o ciclo de cortes nos juros americanos. No caso do Brasil, o mercado espera a manutenção da taxa Selic no patamar atual até, pelo menos, o começo de 2026.

    Especialistas afirmam que a queda de 0,25% na taxa de juros americana já está precificada, mas o mercado espera um comitê dividido.

    “Isso tudo, porque o mercado de trabalho tem sido o principal fator para esse corte de juros, uma vez que a inflação também segue bastante resiliente [nos EUA], o que teria um movimento contrário, mas o FED, a princípio, ele mostra ali uma preocupação muito mais forte com o mercado de trabalho”, explica Bruna Centeno, economista da Blue3 Investimentos.

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    Cenário brasileiro

    No caso do Brasil, o mercado financeiro espera a manutenção da taxa em 15%. A comunicação do BC tem mostrado cautela com a política monetária e compromisso em levar a inflação para a meta, que é de 3% com intervalo de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

    No último comunicado, o Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por decidir os juros, antecipou a manutenção do juros, com o objetivo de “examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.

    Para o economista-chefe do Banco Daycoval, Rafael Cardoso, o comitê deve manter a ideia de necessidade de juros altos. “Essa ação, inclusive, deve servir para evitar que os agentes econômicos interpretem que o ciclo de cortes se iniciará em janeiro. Ou seja, o Copom deve adotar tom que reforça nosso cenário base de cortes de juros mais à frente”, diz ele.

    Entenda os juros no Brasil

    • A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação;
    • Os integrantes do Copom são responsáveis por decidir se vão cortar, manter ou elevar a taxa Selic, uma vez que a missão do BC é controlar o avanço dos preços de bens e serviços do país;
    • Ao aumentar os juros, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país;
    • Dessa forma, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para consumidores e produtores;
    • Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula (PT) e o mandato do presidente Gabriel Galípolo à frente do BC;
    • A próxima reunião do Copom está prevista para os dias 27 e 28 de dezembro.

    Último Copom de dois diretores do BC

    Os mandatos dos diretores Renato Dias de Brito Gomes, da Organização do Sistema Financeiro, e Diogo Abry Guillen, da Política Econômica, terminarão no dia 31 de dezembro. A expectativa é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indique outros dois nomes, fazendo com que o comitê seja totalmente formado por suas indicações.

    No entanto, segundo interlocutores, não existe possibilidade de apreciação dos nomes indicados por Lula ainda este ano. Isso, porque os nomes precisam passar por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

    Confira os integrantes do BC indicados por Lula:

    • Gabriel Galípolo – presidente do Banco Central;
    • Ailton Aquino – diretor de Fiscalização;
    • Gilneu Vivan ​– diretor de Regulação​;
    • Izabela Moreira Correa – diretora de Cidadania e Supervisão de Conduta;
    • Nilton David ​​– diretor de Política Monetária​;
    • Paulo Picchetti – diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos​;
    • Rodrigo Alves Teixeira ​​​– diretor de Administração​.