Gritos por “justiça” marcaram o cortejo que acompanhou o caixão de Tainara Souza Santos até o sepultamento, na tarde desta sexta-feira (26/12), no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina, zona leste da capital paulista. Familiares, amigos e movimentos de mulheres estiveram na despedida, que começou às 8h e terminou por volta das 13h.
Emocionada, a mãe de Tainara, Lúcia Aparecida da Silva, abriu o cortejo ao lado do filho e irmão de Tainara, Luan Henrique. Ele disse que a última vez em que esteve com a irmã foi na noite anterior, quando foram juntos para um bar.
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“Eu tava com ela em um barzinho, mas fui embora. Acordei com a minha mãe me ligando.” Antes de se separarem naquela noite, os dois se abraçaram. Luan diz que essa é a última lembrança que ele tem de Tainara: “O último abraço”.
“Ela tá no colo de Deus. Agora a gente tem que pedir justiça por ela. […] Tem que correr atrás [para] que, nesses casos de feminicídios, a lei seja severa para quem pratica esse crime.”
Foi a própria família que anunciou a morte da filha na última quarta (24), nas redes sociais. Em um post, a mãe dela contou que Tainara não sobreviveu.
“É com muita dor que venho avisar que nossa guerreirinha, a Tay, nos deixou… descansou. Agradeço desde já todas as mensagens de oração, carinho e amor que vocês tiveram comigo e pela minha filha. Ela acabou de partir deste mundo cruel e está com Deus. É uma dor enorme, mas acabou o sofrimento. Agora é pedir por justiça”, escreveu.
O velório, em diversos momentos, se transformou em um ato contra os feminicídios no Brasil.
“A gente tá aqui pra pedir justiça pela Tainara e pelas outras mulheres que morrem todos os dias. Todos os dias a gente vê no jornal uma notícia. Até quando?”, disse Ingrid Rodrigues Barros, de 27 anos, amiga de Tainara.
