Com o avanço da tecnologia, a inteligência artificial (IA) tem proporcionado imagens cada vez mais realistas e que por vezes dificultam a distinção entre o que é real e o que é “fake”. Pesquisadores britânicos descobriram que um treinamento de apenas cinco minutos pode melhorar significativamente a capacidade das pessoas identificarem rostos criados pela IA.
A constatação foi realizada por cientistas das universidades de Leeds, Reading, Greenwich e Lincoln, todas no Reino Unido. Os resultados foram publicados na revista Royal Society Open Science em 12 de novembro.
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Os 664 participantes tiveram a capacidade em distinguir rostos humanos reais e gerados pelo software StyleGAN3 testada antes de qualquer treinamento. Os que tinham habilidades mais apuradas de reconhecimento facial identificaram corretamente 41% das faces feitas por IA, enquanto os com competências típicas alcançaram apenas 31%.
Após receber novas orientações para a identificação, os resultados melhoraram: os com mais habilidade chegaram a 64% de precisão e os participantes típicos a 51%.
Treinamento para reconhecer rostos feitos por IA
O treinamento oferecido pelos cientistas consistia em ver imagens mais detalhadas sobre atributos que passam batidos pela IA, como dentes desalinhados, linhas de cabelo incomuns ou orelhas e brincos deformados ou incompatíveis. Um olhar mais atento ajuda a perceber mais facilmente as falhas nas faces produzidas por máquinas.
De acordo com a coautora do artigo, Eilidh Noyes, as imagens feitas por IA estão cada vez mais fáceis de criar, mas mais difíceis de detectar. “Elas podem ser usados para fins nefastos, portanto, do ponto de vista da segurança, é crucial que estejamos testando métodos para detectar imagens artificiais”, diz a especialista da Universidade de Leeds em comunicado.
Por ser o sistema mais avançado disponível à época do estudo, o StyleGAN3 foi usado como referência. Com o passar do tempo, o desafio dos pesquisadores é aprimorar o treinamento à medida que tecnologias mais avançadas também surgem.
“Rostos gerados por computador têm sido usados para criar perfis falsos em redes sociais, burlar sistemas de verificação de identidade e criar documentos falsos. Os resultados sugerem que combinar esse treinamento com as habilidades naturais de super-reconhecedores pode ajudar a resolver problemas do mundo real”, finaliza a autora princiapl do estudo, Katie Gray, da Universidade de Reading.
