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    Trump acusa Honduras de tentar fraudar resultado das eleições

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    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusa Honduras de tentar fraudar o resultado das eleições presidenciais em curso. Na madrugada desta terça-feira (2/12), o republicano publicou que “haverá consequências terríveis” se o resultado for fraudado.

    Donald Trump apoia o candidato conservador Nasry Asfura, do Partido Nacional, que lidera a disputa com 39,91% dos votos apurados, contra 39,89% de Salvador Nasralla, do Partido Liberal. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a diferença entre os dois candidatos é de apenas 515 votos.

    A acusação de fraude de Trump ocorreu após o CNE interromper a contagem de votos, por volta das 12h de segunda-feira (1º/12) no horário local, por conta de uma falha técnica e anunciar a retomada para a manhã de terça-feira (2/12). 57% dos votos já foram apurados.

    “Trata-se de uma falha técnica na plataforma de disseminação, que estamos trabalhando para resolver; não foi uma decisão tomada pela CNE. Estamos buscando explicações e teremos uma reunião extraordinária com a empresa às 21h30 de hoje; o sistema possivelmente estará funcionando novamente amanhã de manhã, e foi isso que a empresa nos informou”, informou o CNE em nota.

    Na postagem na rede social Truth Social, Trump disse que a tentativa de manipular as eleições será “um escândalo enorme”.

    “É imprescindível que a Comissão termine a contagem dos votos. Centenas de milhares de hondurenhos precisam ter seus votos contabilizados. A democracia precisa prevalecer”, escreveu.

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    Confira a íntegra da publicação, traduzida para o português

    Parece que Honduras está tentando manipular os resultados de sua eleição presidencial. Se isso acontecer, será um escândalo enorme! O povo hondurenho votou de forma esmagadora em 30 de novembro.

    A Comissão Eleitoral Nacional, órgão oficial responsável pela contagem dos votos, suspendeu abruptamente a apuração à meia-noite de 30 de novembro.

    A recontagem mostrou uma disputa acirrada entre Tito Asfura e Salvador Nasralla, com Asfura mantendo uma pequena vantagem de 500 votos.

    A contagem foi interrompida quando apenas 47% dos votos haviam sido apurados. É imprescindível que a Comissão termine a contagem dos votos. Centenas de milhares de hondurenhos precisam ter seus votos contabilizados. A democracia precisa prevalecer!

    Eleição mostra disputa acirrada na direita e esquerda enfraquecida

    Os resultados preliminares da eleição de Honduras, realizada no último domingo (30/11), já confirmam o retorno da direita ao comando do país, até então governado pelo Partido Livre, de esquerda.

    O partido governista não teve sucesso, e a candidata Rixi Moncada tem apenas 19,16% dos votos e amarga a terceira colocação — com 57% das urnas apuradas.

    A disputa está acirrada entre dois candidatos de direita, um conservador e um liberal. Trump declarou apoio a Asfura e chamou o liberal Nasralla de “quase comunista”.

    A eleição hondurenha é decidida em apenas um turno. Quem garantir maioria simples vai comandar o país entre 2026 e 2030.

    Trump promete perdoar ex-presidente de Honduras condenado por tráfico

    Na última sexta-feira (28/11), Donald Trump declarou apoio a Tito Asfura nas eleições e prometeu perdoar o ex-presidente Juan Orlando Hernández, condenado pela Justiça norte-americana por tráfico, caso Asfura vença o pleito em Honduras. Em uma publicação na rede social Truth, o republicano ainda condicionou o envio de ajuda para o país da América Central à vitória do candidato conservador.

    “Se Tito Asfura vencer a eleição para Presidente de Honduras, os Estados Unidos depositam grande confiança nele, em suas políticas e no que ele fará pelo grande povo hondurenho, e nós o apoiaremos integralmente. Se ele não vencer, os Estados Unidos não desperdiçarão dinheiro, pois um líder inadequado só pode trazer resultados catastróficos para um país, seja ele qual for”, afirmou o líder norte-americano.

    Trump prometeu conceder um indulto “total e completo” a Hernández, que é do Partido Nacional, mesma sigla de Asfura.

    Presidente de Honduras entre 2014 e 2022, Hernández foi considerado culpado por três acusações relacionadas ao tráfico de drogas e armas. Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, o ex-presidente se alinhou a cartéis de drogas, que transportaram mais de 400 toneladas de cocaína para o solo norte-americano, enquanto comandava Honduras.

    “Além disso, concederei um indulto total e completo ao ex-presidente Juan Orlando Hernández, que, segundo muitas pessoas que respeito muito, foi tratado com extrema dureza e injustiça. Isso não pode acontecer, especialmente agora, após a vitória de Tito Asfura nas eleições, quando Honduras estará a caminho de um grande sucesso político e financeiro”, escreveu Trump.