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    Trump defende chefe de gabinete que o comparou com alcoólatra

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    Donald Trump e membros do alto escalão da Casa Branca defenderam a chefe de gabinete, Susie Wiles, que causou polêmica após conceder uma série de entrevistas bombásticas à revista norte-americana Vanity Fair. Na reportagem, publicada nessa terça-feira (16/12),  Wiles afirma que, apesar de Trump não consumir álcool, ele “tem a personalidade de um alcoólatra”.

    Ao ser questionado por jornalistas sobre a entrevista, Trump disse não ter lido a reportagem. “Eu não leio a Vanity Fair, mas ela (Susie) tem feito um trabalho fantástico”, disse o presidente na tarde dessa terça-feira.

    Horas depois, Trump concedeu uma entrevista ao jornal New York Post e voltou a falar sobre o assunto. “Ela (Susie) não quis dizer isso. Veja bem, eu não bebo álcool, todo mundo sabe disso. Mas eu já disse várias vezes que, se bebesse, teria grandes chances de me tornar alcoólatra. Eu já disse isso muitas vezes sobre mim mesmo. É uma personalidade possessiva”, afirmou.

    Trump já relatou diversas vezes que não consome bebidas alcoólicas,  por conta do irmão mais velho dele, que morreu em 1981, aos 42 anos, vítima de um ataque cardíaco causado pelo consumo elevado de álcool.

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    Em janeiro deste ano, Susie Wiles tornou-se a primeira mulher a ser nomeada chefe de gabinete da Casa Branca. A reportagem publicada pela Vanity Fair, feita a partir de 10 entrevistas realizada no ano de 2025, teve diversos comentários polêmicos.

    “Ele tem a personalidade de um alcoólatra”, disse Wiles sobre Trump. “Alcoólatras de alto desempenho, ou alcoólatras em geral, exageram sua personalidade quando bebem. Então, sou uma espécie de especialista em personalidades fortes”, acrescentou.

    A chefe de gabinete cresceu com um pai alcoólatra, o comentarista esportivo Pat Summerall, o que, segundo ela, a ajudou a identificar esse tipo de comportamento.

    De acordo com Wiles, o republicano governa com a convicção de que “não há nada que ele não possa fazer. Nada, nada, nada”. A avaliação ajuda a explicar, segundo ela, o estilo centralizador e a disposição de Trump em avançar sobre temas sensíveis, mesmo diante de resistências internas.

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    Donald Trump e Susie Wiles

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    Susie Wiles

    Jabin Botsford/The Washington Post via Getty ImagesDonald Trump e Susie Wiles3 de 3

    Donald Trump e Susie Wiles

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    Entrevista repercute no alta escalão do governo Trump

    Após a publicação da entrevista, Susie Wiles usou a conta dela no X (o antigo Twitter) para chamar a reportagem da Vanity Fair de “difamatória e tendenciosa contra mim e o melhor presidente, equipe da Casa Branca e gabinete da história”. Segundo a chefe de gabinete, a entrevista teve o contexto omitido.

    Na entrevista, Susie Wiles também falou sobre o vice-presidente dos EUA, JD Vance, que ela classificou como “um teórico da conspiração há uma década” e afirmou que a aproximação dele com Trump foi “em parte política”.

    Com a repercussão, o vice-presidente foi questionado sobre a entrevista em conversa com jornalistas na Pensilvânia. Vance defendeu Susie Wiles e destacou a “autenticidade” dela.  “Nunca a vi ser desleal ao presidente dos Estados Unidos, e isso a torna a melhor chefe de gabinete da Casa Branca que o presidente poderia desejar”, disse ele.

    A mesma reportagem da Vanity Fair relata que o secretário de Estado, Marco Rubio, teria garantido que apoiaria uma candidatura de JD Vance à presidência dos EUA em 2028. Pelas redes sociais, Rubio afirmou que “é óbvio que a Vanity Fair manipulou deliberadamente fotos e publicou declarações fora de contexto para tentar prejudicar a imagem da equipe da Casa Branca”.

    Além disso, o secretário também defendeu Susie Wiles. “Não há ninguém mais leal ou comprometido com a missão do Presidente Trump do que Susie Wiles. Ela é uma das principais razões pelas quais temos uma equipe que trabalha em conjunto para cumprir as promessas do Presidente ao povo americano”, afirmou.

    Epstein, Trump e aliados

    Wiles também admitiu que Trump não tinha provas para sustentar a alegação de que o ex-presidente Bill Clinton teria visitado a ilha do criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein. “Não há provas”, afirmou. Segundo ela, ao ser questionado sobre os arquivos do caso, Trump “estava errado”.

    Em relação ao bilionário Elon Musk, ex-aliado do presidente, disse que ele é um usuário assumido de ketamina e “um cara excêntrico, como costumam ser os gênios”.

    Ela também foi dura ao falar da procuradora-geral Pam Bondi, afirmando que ela “falhou completamente” ao lidar com os arquivos de Epstein. Segundo a chefe de gabinete, Bondi criou expectativas ao distribuir pastas a influenciadores conservadores, que estariam vazias. “Não existe lista de clientes, e certamente não estava em sua mesa”, disse.