O União Brasil avalia expulsar do partido o atual presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Ricardo Teixeira (foto em destaque), caso ele seja candidato à reeleição para a comando da Casa. A recondução de Teixeira é defendida pela base de Ricardo Nunes (MDB) e tem o apoio do próprio prefeito.
O União afirma que há um acordo entre os membros da bancada de que haveria um rodízio entre eles no cargo. Na noite dessa segunda-feira (1º/12), a legenda realizou uma reunião da bancada e escolheu o vereador Rubinho Nunes como o candidato. A eleição será em 10 de dezembro.
“Foi um acordo firmado. E aventou-se a possibilidade da expulsão do Ricardo Teixeira, caso ele insista na sua candidatura, que é romper uma das diretrizes básicas partidárias”, disse o vereador Adrilles Jorge (União), que participou do encontro.
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Rubinho, no entanto, é visto como um desafeto do prefeito desde as eleições do ano passado, quando o apoiou a candidatura de Pablo Marçal (PRTB) à prefeitura, mesmo sendo de um partido da base do prefeito. Nunes chegou a chamar Rubinho de “traidor” e “sem caráter”.
“Respeito o prefeito e o trabalho que ele vem fazendo. As eleições já terminaram há mais de um ano e o que ocorreu ficou restrito ao período eleitoral. De lá pra cá, tenho mantido uma boa conversa com o Executivo e votado a favor dos bons projetos que ele mandou para a Câmara”, disse o vereador ao Metrópoles.
Racha
A eleição para a presidência da Câmara em 2026 causou um racha entre a base aliada de Nunes e o União, comandado na capital pelo ex-presidente da Casa Milton Leite.
O cacique reivindica um acordo feito com os outros partidos da base do prefeito à época da eleição de 2024, no qual ficou decidido que o comando da Câmara ficaria com o União durante os quatro anos do mandato. O acordo que prevê o rodízio entre os vereadores é interno da legenda.
Nas últimas semanas, uma articulação encabeçada pelo vereador João Jorge (MDB), vice-presidente da Casa e um dos homens fortes de Nunes no Legislativo municipal, passou a colher assinaturas de apoio à recondução de Teixeira. Jorge diz já ter angariado mais de 30 assinaturas, o que garantiria a reeleição ainda no primeiro turno.
MDB disponível
“Eu esperava que com o avanço das assinaturas o União pudesse escolher o nome do próprio Ricardo Teixeira, por algumas razões. A primeira é que ele tem direito a mais um ano. Na história da Câmara Municipal, nunca ninguém foi retirado da presidência com um ano. A disputa não é boa, é um partido da base, para nós seria importante ter o União conosco, até porque a base todinha fechou com o Ricardo Teixeira”, disse João Jorge, que ainda acrescenta que, caso Teixeira seja de fato expulso do União, o MDB abrira as portas para recebê-lo.
João Jorte criticou a indicação de Rubinho. “Ano passado o União falou que iria expulsar o Rubinho por infidelidade, devido ao apoio ao Marçal. E agora ele passa a ser o nome do União Brasil. É incoerente”, afirmou o vereador, que ainda diz acreditar que Teixeira pode ter o apoio do PT na disputa.
Disputa aberta
Bolsonarista, Rubinho tem diversos embates com petistas no plenário e nas discussões da comissão. Nas redes sociais, o vereador costuma fazer inúmeras críticas ao PT e a Lula.
Apesar das assinaturas pró-Teixeira, Rubinho se diz confiante para a disputa. “Minha candidatura foi aprovada por unanimidade pelo União Brasil e, agora, com meu nome definido, é o momento de dialogar com todas as bancadas da Câmara”, diz.
Nos bastidores, lideranças partidárias admitem que, caso Teixeira não seja o candidato da base, outros partidos da base, como MDB e PL, podem entrar na disputa.
O Metrópoles procurou o presidente da Câmara, Ricardo Texeira, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
