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    Versão de barraqueiros sobre briga em Porto de Galinhas viraliza: veja

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    Um vídeo com o depoimento de barraqueiros envolvidos na confusão registrada na praia de Porto de Galinhas, no litoral de Pernambuco, viralizou nas redes sociais nesta segunda-feira (29/12). Apesar da tentativa dos comerciantes de apresentar sua versão dos fatos, internautas criticaram o conteúdo, afirmando que nada justifica a violência relatada por turistas.

    Nas imagens, trabalhadores da praia rebatem as acusações feitas por um casal de turistas de Mato Grosso, que denunciou agressões após um desentendimento sobre a cobrança pelo uso de cadeiras na faixa de areia.

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    O vídeo, postado no perfil de um influenciador que também trabalha na região, é conduzido por um barraqueiro identificado como Dinho. Logo no início, ele nega que o episódio tenha tido motivação homofóbica. “Não foi um caso de homofobia. Estão tentando atrelar isso à história e não foi”, afirma.

    Segundo a versão dos barraqueiros, o valor do aluguel da estrutura teria sido informado previamente — R$ 80 — e os turistas teriam ultrapassado o limite permitido das barracas, demarcado por bandeiras na areia.

    Dinho sustenta que o uso de guarda-sol e cadeiras implica cobrança e que ninguém trabalha gratuitamente. “Ninguém vai te proibir de sentar na areia, mas se usar o guarda-sol, tem que pagar pelo serviço”, diz.

     

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    Ainda no vídeo, os trabalhadores alegam que os turistas estariam embriagados no momento do desentendimento e contestam a informação de que dezenas de pessoas teriam participado das agressões. “Foi uma briga generalizada, isso eu não vou defender. Mas não foram 30 pessoas. Foram quatro, cinco”, afirma Dinho.

    Outra trabalhadora, identificada como Vera, relata que houve confusão quando os turistas teriam se recusado a permitir que outras pessoas se sentassem à frente deles. Já Eduardo, também barraqueiro, afirma ter sido agredido primeiro. “Ele me deu um mata-leão, eu fiquei apagado no chão”, alega.

    O vídeo ainda traz o depoimento de Guilherme, turista de Belo Horizonte, que diz frequentar Porto de Galinhas há anos e afirma nunca ter tido problemas com os barraqueiros envolvidos. Segundo ele, a versão apresentada pelos trabalhadores “não tem mentira”.

    Reação

    O posicionamento dos barraqueiros foi criticado por internautas, que relatam experiências parecidas a do casal no destino pernambucano. “Para de show que vocês não respeita nem a gente que é daqui”, detonou uma internauta que mora na região. “Cobram absurdos, tratam mal e ameaçam mesmo que eu já sofri na pele.. Não vou mais nunca nesse lugar”, comentou outro usuário.

    Internautas detonaram vídeo de barraqueiros de Porto de Galinhas - MetrópolesInternautas detonaram vídeo de barraqueiros de Porto de Galinhas

    Entenda o caso

    O casal Johnny Andrade e Cleiton Zanatta havia adquirido o aluguel de barracas e cadeiras para passar o dia na praia nesse sábado (27/12).

    Ao acertar as contas, Johnny e Cleiton foram atacados por comerciantes após questionarem sobre o preço cobrado pelo uso temporário dos utensílios praianos. Ainda de acordo com o casal, o valor final ficou quase o dobro do preço combinado inicialmente.

    Quando Johnny disse que pagaria apenas o valor firmado, o comerciante se desentendeu com os turistas e partiu para violência, arremessando uma cadeira neles, seguida de outras agressões de colegas de trabalho, que se juntaram para bater no casal.

    Jhonny e Cleiton relatam que foram buscar por socorro após a violência exagerada e não acharam agentes de segurança. O personal trainer relatou que seu companheiro Cleiton correu para buscar ajuda, mas não havia policiamento e, ainda segundo o casal, o Corpo de Bombeiros não fez questão de controlar a situação, apesar do caos instaurado.

    Após a repercussão do caso, o perfil da administração de Pernambuco emitiu uma nota, e a governadora Raquel Lyra (PSD) classificou o caso como “crime grave”. Segundo o governo do estado, até o momento, pelo menos 14 pessoas foram indiciadas no inquérito policial.