Os zoológicos são conhecidos por conservarem espécies ameaçadas e funcionarem como centros de pesquisa. Além de também conscientizarem o público sobre a importância da proteção da fauna e do meio-ambiente, são uma opção de lazer para a população.
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A maioria das famílias com crianças costuma frequentar zoológicos. Os pequenos ficam deslumbrados com as diferenças entre cada animal e por vê-los tão de perto. Essa convivência com a natureza é importante para ensinar as crianças sobre a relação dos seres humanos com os bichos e a respeitá-los.
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No entanto, muitas pessoas não entendem que é preciso manter certos limites ao visitar esses locais. Mesmo com placas, avisos e diversas orientações, não seguem os cuidados necessários, tanto para a própria segurança, quanto para o bem-estar dos animais. E você, sabe quais atitudes tomar — ou não — ao frequentar um zoológico?
Como a visitação afeta o comportamento dos animais
Kássia Vieira, médica-veterinária, relata que tem feito um estudo junto ao Zoológico de Brasília para avaliar como o aumento de visitação tem impactado os bichos. O levantamento é feito em répteis, aves e diferentes grupos de mamíferos, o que possibilitou concluir quais são os comportamentos humanos mais prejudiciais.
“Os comportamentos que parecem mais estressar os animais são gritar, ficar imitando o barulho deles muito alto, jogar objetos nos recintos, bater nos vidros ou nas cercas e assustá-los.” A docente da Universidade Católica de Brasília (UCB) ainda afirma que, infelizmente, essas ocorrências não são incomuns.
Segundo ela, jogar comida é outro problema frequente. “Comportamentos que parecem inofensivos, usar flash e ficar apontando com movimentos bruscos, por exemplo, geralmente irritam e por isso eles se escondem.” A especialista salienta que a educação ambiental é importante não só para crianças, mas igualmente para os adultos, já que eles também fazem isso.
“O zoológico tenta fazer com que os animais não sintam tanto o barulho do trânsito, mas como no zoo de Brasília é permitido entrar com o carro, as buzinas são outro problema. Também há coisas que são difíceis de evitar, como reformas dentro do espaço. Nesse caso, não é diretamente o comportamento do visitante, mas se estão fazendo uma melhora no recinto, por exemplo, e as pessoas ficam gritando, só pioram mais ainda a situação”, exemplifica.
Por último, Kássia diz que os barulhos indiretos também podem causar efeitos negativos. “É pior para animais que vivem juntos, porque esses barulhos vão impedir que eles consigam se comunicar entre si, ou até mesmo escutar o comando de um tratador, e isso pode gerar um impacto no comportamento natural e na rotina desse animal.”
O que fazer ao perceber sinais de desconforto nos animais
No último domingo (30/11), um homem morreu ao entrar no recinto de uma leoa no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, em João Pessoa (PB). Um dos debates que o caso acendeu foi sobre o instinto dos animais. A situação é um exemplo de que os bichos, mesmo convivendo com seres humanos, ainda têm comportamentos selvagens quando se sentem ameaçados.
De acordo com a veterinária, um dos sinais de desconforto mais comum é o pacing, que é quando o animal fica andando de um lado para o outro. “Nos dias em que está muito cheio, o que muda no comportamento é que esse animal foge e se esconde o máximo possível, para tentar ter paz. Outro comportamento seria a apatia, não se mexer e ficar com medo.”
Segundo ela, ao perceber esses sinais, existem algumas atitudes que o visitante pode ter. “Se afastar delicadamente e conversar com alguém que esteja responsável por aquele recinto. Dizer o que viu e o que aconteceu, mas sem ficar apontando ou fazendo alarde, porque isso pode fazer outras pessoas irem até o animal no momento em que ele pode estar estressado.”
“Alguns deles são animais que vieram de cativeiro ou de situações de maus-tratos, então já tem esse comportamento estereotipado repetitivo. O que você deve fazer em dias muito cheios é evitar aqueles recintos mais lotados, para não lotar mais ainda um ambiente que já está barulhento e muito cheio”, orienta.
Manter o respeito é simples!
Kássia ainda acrescenta algumas outras dicas para manter o bem-estar dos bichinhos. “Voz baixa, movimentos calmos e saber que o animal não necessariamente vai aparecer. O dia está cheio, ele vai se esconder e isso é normal. É importante tratar isso com respeito e saber que os animais devem ter uma rota de fuga, um local em que eles possam se esconder.”
Ao assistir um tratador alimentando um animal ou fazendo qualquer outro tipo de manejo, a orientação é para admirar o momento sem incomodar. “Acaba atrapalhando a equipe, porque o animal estressado vai exigir mais dos tratadores e acaba então modificando toda a rotina também”, conclui.
