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    Cruzeiro do Sul: vestidos de preto, estudantes da UFAC do Campus Floresta promovem ato contra o estupro

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    Os estudantes da Universidade Federal do Acre, Campus Floresta, realizaram na noite de sexta-feira (18) um protesto pedindo o fim do estupro e da violência contra as mulheres. A ideia do movimento partiu do acadêmico Elvis Martins, do 5º período de letras português, motivado pelo estupro que uma acadêmica do curso de pedagogia no campus Rio Branco, na capital do Estado (Rio Branco), sofreu na segunda-feira (14).

     

     

     

     

     

     

    Dezenas de discentes e alguns professores do campus se vestiram de preto para simbolizar o luto em decorrência do ato de violência que a colega sofreu.  

    Os acadêmicos se reuniram no estacionamento e com o punho erguido acenderam às luzes dos celulares para demonstrar a indignação que estão sentindo. Posteriormente, aos gritos  de” estupro, nuca mais ” eles caminharam até a entrada da estrada que dá acesso ao Campus, no trajeto não tem iluminação, o que causa preocupação, principalmente nas muitas mulheres devido a onda violência que aterrorizam Cruzeiro do Sul. Além disso, os estudantes reclamam que qualquer pessoa tem acesso as dependências da universidade livremente, seja no campus floresta, seja no campus Rio Branco. 

     

     

     

     

     

     

     

     

    Para o idealizador do ato, Elvis Martins, o movimento é para demonstrar que os estudantes têm voz e merecem respeito. O estudante salienta, que este crime pode acontecer com qualquer mulher, contudo, jamais podemos nos calar diante de uma atrocidade dessa. “ Eu estou inserido num núcleo familiar em grande maioria feminina, me coloquei no lugar dessa moça, daí surgiu a ideia do movimento, porque eu penso que não podemos nos calar diante de uma atrocidade”, argumenta.

    Em 2017, segundo o jornal Folha de São Paulo, o Brasil registrou, em média, 135 estupros por dia. Um total de 49.497 casos, tendo aumentado 4,3% em relação ao ano de 2016.

    Já a cidade da vítima, registrou em 2016 mais de 200 casos de estupros. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Púbica. O número pode dar uma dimensão do problema na capital acreana.

    O CPP do País,  no artigo 213, considera o estupro as seguintes formas de violência:  constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. A pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos

    Entenda o caso

    Uma aluna de pedagogia da Universidade Federal do Acre (Ufac) foi estuprada  na segunda (14) e o caso foi divulgado pelas redes sociais na quinta-feira (17). O estupro foi confirmado pela instituição, que informou que todo o apoio de saúde foi dado a acadêmica. Um boletim de ocorrência foi registrado e as câmeras de segurança estão sendo analisadas. UFAC informou ainda que deve se posicionar oficialmente através de uma nota ainda nesta sexta. O caso ganhou repercussão em grupos da UFAC espalhados pelo Facebook.

     

    Por Leandro Matthaus