Entra governo, sai governo e os fins de semana em Rio Branco continuam sendo de barbárie. A cada segunda-feira, ao se abrir os portais de notícias, o sangue por muito pouco não escorre pela tela do celular, tablet, notebook ou do computador. Não é que a imprensa seja sensacionalista. Ela apenas está no seu dever de informar o que está acontecendo.
O seu escolhido para comandar a pasta, o coronel Paulo Cézar, foi mais ousado e deu um prazo de 10 dias. Os dois falharam e a violência continua aterrorizando a população: somos assaltados no centro, em frente de casa esperando o Uber ou táxi, dentro do ônibus. Enfim, ninguém está a salvo.
E não adianta o major Rocha e o emedebista Roberto Duarte (que ainda não se definiu se é oposição ou situação) colocarem o colete à prova de bala, fazerem cara feia para bandido e viveram um dia de Robôcop da floresta: o resultado foi ainda pior na periferia da capital.
Como agora se pode constatar, o problema da violência no Acre não é culpa de a segurança pública ser gerida pelos vermelhos ou pelos azuis; a bandidagem não tem filiação partidária, apenas de facções. A atual crise também não se resolve com o governador empunhando um fuzil e dizendo como seus soldados devem agir.
O resultado está aí: temos uma polícia mais truculenta, mais letal agindo com o aval do governo que aplaude tudo isso de errado que está aí. Para agravar a situação, até a Secretaria de Direitos Humanos foi extinta; as vítimas da truculência praticada em nome do Estado não têm mais a quem recorrer.
A situação da segurança no Acre se resolverá em duas pontas: fechar as fronteiras para a atuação das facções criminosas em sua guerra pelo controle da rota do tráfico, agir com inteligência para estancar suas fontes de financiamento, prender e isolar as lideranças. A segunda solução é gerar renda e emprego para uma juventude cada vez mais sem oportunidade, que é alvo fácil para a cooptação pelo mundo do crime.
Segurança pública se faz muito mais com ações concretas e inteligentes, e muito menos com proselitismo partidário (querendo sempre culpar o passado). O último fim de semana deixou provado que a bandidagem não tem medo de vice-governador policial aposentado, fazendo cara feia e vestido com colete ao lado de deputado do MDB.