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    Jordão: com ajuda dos familiares, vereador indígena produz 400 máscaras para distribuir nas aldeias

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    Na pandemia, a luta de todos para frear o vírus do novo coronavirus, é essencial. Pensando no seus “parentes”, o vereador Fernando Siã ( PDT),  de Jordão, município do interior do Acre , sendo  que 40% dos seus habitantes são da etnia indígena Kaxinawá, o parlamentar com ajuda dos familiares indígenas produziram 400 máscaras para serem distribuídas nas aldeias. 

    Fernando Siã usando máscaras feita na aldeia

    Na cidade de Jordão, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, já foram confirmados 33 casos de pessoas infectadas pela covid-19.

    As máscaras caracterizadas de acordo com cultura indígena. São feitas manualmente no modo tradicional do povo nativo, a exemplo da  produção de roupas, com linha de algodão, além de bolsas com diversos tamanhos, cores e desenhos pertencentes a cultura e crença indígena.

    Segundo o vereador, durante a pandemia, além de se preocupar em comprar máscaras, os indígenas se preocuparam com  o acúmulo de lixo que poderiam trazer das aldeias, pois “as farmácias vendem máscaras que precisam serem descartadas e dessa forma, alguns nativos, poderia jogar no rio ou nas terras indígenas produzindo um lixo indesejado”, conta o vereador. 

    Para evitar a poluição e economizar recursos, o vereador Fernando Siã, reuniu as mulheres artesãs e líderes de 4 aldeias, e propôs que os mesmos produzissem as próprias mascaras, caracterizadas de acordo com os desenhos das pinturas que os mesmos usam por costume. ” Foi um sucesso, as mulheres indígenas produziram em tempo hábil as mascaras e foram distribuidas 100 máscaras para cada aldeia, das 4 que concordaram com a ideia”, narra. 

    O vereador afirma que esse projeto social será expandido para as demais aldeias, pois as máscaras continuam sendo produzidas pelas artesãs e em breve farão entrega de mais máscaras para o povo.

    Fernando relatou  que vem reforçando nas aldeias a gravidade da doença e que explica os cuidados necessários que cada um deve ter quando vir ao município. ” O município não tem estrutura suficiente para atender pessoas com sintomas graves de Covid-19. O melhor meio é a prevenção”.

    Por Leandro Matthaus