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    Refugiada da Gâmbia no Brasil é aprovada em 13 universidades no exterior

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    Por Fernanda Berlinck, G1

    Mariama Bah, que nasceu na Gâmbia, no oeste da África, há 34 anos, tinha 13 quando se casou. Em 2014, ela conseguiu se refugiar no Rio. Em 2016, trouxe a filha adolescente, Maimuna Jawo, para o Brasil. Evitou, assim, que a filha passasse pela mesma experiência de enfrentar o matrimônio na adolescência e abandonar a escola.

    No mundo, existem 650 milhões de meninas e mulheres que se casaram antes de completar 18 anos, segundo o Fundo da Nações Unidas para a Infância (Unicef). A entidade aponta as consequências (todas nocivas) mais usuais do matrimônio infantil:

    • evasão escolar (essas mulheres tornam-se menos propensas a permanecer na escola);
    • gravidez precoce;
    • isolamento da família;
    • e violência doméstica.

    Mesmo sem falar português, Mariama trabalhou como cabeleireira, deu aulas de inglês, atuou em TV e teatro e criou uma marca de roupas que divulga a cultura africana.

    “Quero mostrar o lado bonito, colorido, alegre e rico da África”, afirmou em entrevista ao g1. E a educação interrompida lá atrás em razão do casamento precoce acabou virando uma causa compartilhada por mãe e (agora) pela filha. Juntas, conquistaram uma bolsa de estudos para Maimuna na escola bilíngue Ladies of Mercy (OLM), na zona sul do Rio.